Não utilize DAUNOBLASTINA:
- se tem hipersensibilidade (alergia) conhecida à daunorrubicina, a outras antraciclinas ou a qualquer excipiente de DAUNOBLASTINA;
- se sofre de aplasia (supressão) persistente da medula óssea;
- se sofre de alguma infecção grave/generalizada;
- se tem lesões graves no fígado ou rins;
- se tem história anterior ou actual de arritmias graves e insuficiência miocárdica; história anterior de enfarte do miocárdio;
- se já fez tratamentos anteriores com antraciclinas até às suas doses máximas cumulativas;
- se é mulher e está grávida ou a amamentar. (ver também as secções Gravideze Aleitamento).
Tome especial cuidado com DAUNOBLASTINA:
A daunorrubicina deverá ser administrada apenas sob supervisão de médicos experientes em quimioterapia e na presença de recursos laboratoriais e de suporte à vida adequados, por forma a que seja monitorizado o seu estado hematológico/medula óssea e que se possam tratar prontamente complicações clínicas devidas à profunda mielossupressão induzida pelo fármaco.
Os cuidados especiais a ter com a utilização de DAUNOBLASTINA aplicam-se nas seguintes
áreas:
Medula óssea: A avaliação da função da medula óssea (resposta) é necessária para conduzir o tratamento com daunorrubicina: espera-se supressão da medula óssea em todos os doentes a quem foi administrada uma dose terapêutica do fármaco. Antes e durante o tratamento com daunorrubicina, o seu médico deverá monitorizar os seguintes parâmetros: contagem de células sanguíneas (leucócitos, granulócitos, plaquetas e eritrócitos, bem como avaliação da hemoglobina): pode-se esperar citopénia marcada (diminuição do número de células presentes no sangue), que requer uma monitorização cuidadosa. A extensa mielossupressão persistente (supressão da medula óssea) pode originar infecções graves e/ou hemorragias (perdas de sangue): o tratamento da toxicidade hematológica grave consiste em intensa terapia de suporte (factores estimulantes de colónias, antibióticos intravenosos agressivos, transfusão de produtos derivados do sangue, etc).
Função cardíaca: As antraciclinas são fármacos potencialmente cardiotóxicos, i.e. têm uma grande probabilidade de danificar as células cardíacas. Por este motivo, o seu médico deverá avaliar a sua função cardíaca antes de iniciar o tratamento com daunorrubicina e proceder à monitorização desta durante o tratamento, de modo a minimizar o risco de ocorrência de insuficiência cardíaca grave. Embora a biópsia miocardial seja reconhecida como sendo o método de diagnóstico mais apropriado para detectar cardiomiopatia induzida pelas
antraciclinas, este é um exame invasivo que não pode ser executado facilmente em rotina. A avaliação em rotina da função cardíaca durante a terapêutica com daunorrubicina pode incluir um electrocardiograma (ECG) e a avaliação da fracção de ejecção ventricular esquerda (LVEF). As alterações do ECG são normalmente indicadoras de toxicidade aguda transitória. Contudo, a redução da voltagem QRS ou o prolongamento para além dos limites normais do intervalo sistólico podem ser indicativos ? tal como é a diminuição da LVEF - de cardiomiopatia induzida pelas antraciclinas (do tipo "tardia").
A toxicidade cardíaca tardia parece ser dependente da dose cumulativa da antraciclina: para a daunorrubicina, o risco de desenvolver insuficiência cardíca congestiva (CHF) aumenta, na ausência de outros factores cardíacos de risco, quando a dose cumulativa total excede 500-600 mg/m2em adultos, 300 mg/m2em crianças com mais de 2 anos de idade ou 10 mg/kg em crianças com menos de 2 anos de idade. Doença cardíaca anterior, irradiação torácica ou tratamentos prévios com outros fármacos potencialmente cardiotóxicos parecem aumentar o risco de cardiotoxicidade induzida pela daunorrubicina; nestas condições, uma dose cumulativa total de 400 mg/m2 em adultos só pode ser excedida com extrema precaução. Em crianças com menos ou com mais de 2 anos parece haver uma maior susceptibilidade à toxicidade cardíaca induzida pelas antraciclinas, e uma avaliação periódica prolongada da função cardíaca tem que ser efectuada. A relação risco-benefício de continuar o tratamento com a daunorrubicina sob tais condições tem de ser cuidadosamente avaliada pelo médico.
Funções hepática
e renal- Uma vez que a principal via de eliminação da daunorrubicina é o sistema hepatobiliar, na presença de função hepática reduzida, o fármaco pode sofrer um atraso na eliminação e pode ocorrer um aumento de toxicidade geral. Assim sendo, a função hepática deverá ser avaliada antes do início do tratamento com daunorrubicina e a dose de fármaco tem de ser reduzida em doentes com danos na função hepática. As normas utilizadas, usualmente, para a redução da dose sob condições de dano hepático são baseadas nos níveis séricos de bilirrubina, conforme se segue:
Redução da dose Bilirrubina sérica 1,2 3,0 mg 100 ml 3,1 5,0 mg 100 ml 50 75
Danos nos rins podem também aumentar a toxicidade das doses recomendadas de daunorrubicina e a função renal deve ser avaliada antes do início do tratamento com daunorrubicina. Se a creatinina sérica for superior a 3,0 mg/100 ml, a dose de daunorrubicina deve ser reduzida em cerca de 50%.
Hiperuricemia - Tal como outros agentes citotóxicos, a daunorrubicina pode induzir hiperuricemia como uma consequência de extenso catabolismo da purina, que acompanha a destruição acelerada das células neoplásicas induzida pelo fármaco. Os níveis de ácido úrico no sangue devem ser monitorizados ao longo do tratamento e uma terapêutica apropriada (ex. hidratação adequada, alcalinização da urina e/ou administração de alopurinol) deve ser iniciada no momento em que se desenvolve a hiperuricemia. Como medida de precaução, a administração de alopurinol pode ser feita antes do início da terapêutica com a daunorrubicina.
Extravasamento? O extravasamento da daunorrubicina durante a injecção IV poderá induzir um aumento de danos graves nos tecidos e necrose. Para minimizar o risco de extravasamento do fármaco e assegurar que a veia está devidamente lavada após a administração do fármaco, é
aconselhável administrar o fármaco através de catéter de livre fluxo de uma perfusão salina, após verificar se a agulha está correctamente introduzida na veia. Embora nenhum tratamento específico esteja devidamente demonstrado na prevenção ou na redução de danos no tecido, o fármaco extravasado deve ser aspirado o máximo possível e a reacção local pode ser minimizada, por infiltração imediata no local de uma injecção de succinato sódico de hidrocortisona (50-100 mg de hidrocortisona) e/ou bicarbonato de sódio (5 ml de injecção a 8,4%) e aplicando compressas frias. Casos graves de extravasamento podem requerer excisão cirúrgica múltipla e enxerto cutâneo.
Cor da urina - A daunorrubicina poderá conferir uma coloração vermelha à urina por um a dois dias após a administração. Este efeito não é alarmante.
Gravidez:
DAUNOBLASTINA não deverá ser administrada a doentes que estejam grávidas. As mulheres em idade fértil deverão evitar a gravidez durante o tratamento com daunorrubicina devido ao potencal risco para o feto.
O fármaco pode induzir danos cromossomais nos espermatozóides humanos; assim, os homens submetidos a terapêutica com daunorrubicina devem utilizar meios contraceptivos. Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Aleitamento:
DAUNOBLASTINA não deverá ser administrada a mulheres que estejam a amamentar. Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Condução de veículos e utilização de máquinas:
Não foram relatados efeitos adversos particulares relacionados com os efeitos da daunorrubicina na capacidade de condução e/ou utilização de máquinas. No entanto, atendendo ao perfil de efeitos secundários descritos, os doentes devem ter conhecimento de como reagem ao tratamento antes de conduzirem ou utilizarem máquinas.
Utilizar DAUNOBLASTINA com outros medicamentos:
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos sem receita médica.
A daunorrubicina é frequentemente administrada em combinação com outros fármacos citotóxicos. Quando a daunorrubicina faz parte de regimes de quimioterapia que combinam fármacos com efeitos farmacológicos similares, é possível que ocorra toxicidade aditiva, especialmente no que respeita à depressão da medula óssea. A utilização concomitante de daunorrubicina e compostos cardiotóxicos/cardioactivos requer uma atenção mais cuidada sobre a função cardíaca ao longo da terapêutica. Qualquer fármaco concomitante que possa afectar a função hepática ou renal pode também afectar a toxicidade da daunorrubicina e/ou a eficácia.