A piperacilina é uma penicilina semi-sintética de largo espectro, activa contra muitas bactérias aeróbias Gram-positivas e Gram-negativas e bactérias anaeróbias, e que exerce a sua actividade bactericida pela inibição da síntese do septo e da parede celular.
O tazobactam é uma triazolilmetilsulfona do ácido penicilânico que é um potente inibidor de muitas β- lactamases incluindo os plasmídeos e os enzimas mediados cromossomicamente que normalmente conferem resistência às penicilinas e cefalosporinas incluindo as de 3ª geração. A presença de tazobactam na formulação de Piperacilina + Tazobactam potencia e alarga o espectro de actividade da piperacilina de modo a englobar muitas bactérias produtoras de β lactamases normalmente resistentes à piperacilina e a outros antibióticos β-lactâmicos. Deste modo Piperacilina + Tazobactam Combino associa as propriedades de um antibiótico de largo espectro e de um inibidor das β-lactamases. Piperacilina + Tazobactam Combino é muito activo contra microrganismos sensíveis à piperacilina bem como contra microrganismos produtores de β-lactamases resistentes à piperacilina.
Classificação farmacoterapêutica
1.1.5 Medicamentos anti-infecciosos. Antibacterianos. Associações de penicilinas com inibidores das β-lactamases
APROVADO EM 24-09-2008 INFARMED
Indicações terapêuticas
Adultos e jovens com mais de 12 anos
Piperacina + Tazobactam Combino está indicado no tratamento das seguintes infecções bacterianas locais e/ou sistémicas onde foram detectados ou se suspeita da presença de microorganismos susceptíveis:
- Infecções das vias respiratórias inferiores;
- Infecções das vias urinárias (complicadas e não complicadas);
- Infecções intra-abdominais;
- Infecções da pele e tecidos moles;
- Septicemia bacteriana;
- Infecções ginecológicas, incluindo endometrite pós-parto e doença inflamatória pélvica;
-
Infecções bacterianas em doentes neutropénicos: neste tipo de infecções está indicada a associação de um aminoglicosido com Piperacilina + Tazobactam Combino
8 Infecções dos ossos e articulações;
1. Infecções polimicrobianas: aeróbios gram+ e gram- e anaeróbios.
Apesar de Piperacilina + Tazobactam Combino estar apenas indicado nas condições supra-mencionadas, as infecções causadas por microrganismos sensíveis à piperacilina são também passíveis de tratamento com Piperacilina + Tazobactam Combino devido ao seu teor em piperacilina. Deste modo o tratamento de infecções mistas causadas por microrganismos sensíveis à piperacilina e microorganismos produtores de β-lactamases sensíveis à piperacilina/tazobactam, não deverá necessitar de qualquer outro antibiótico.
Devem efectuar-se testes de sensibilidade antes do tratamento, de modo a identificar os microrganismos causadores das infecções, bem como a sua sensibilidade ao Piperacilina + Tazobactam Combino. No entanto, devido ao seu largo espectro de actividade, contra bactérias aeróbicas e anaeróbicas Gram-negativas e Gram-positivas, o Piperacilina + Tazobactam Combino é particularmente útil no tratamento de infecções mistas e como terapêutica empírica antes de se conhecerem os resultados dos exames bacteriológicos e dos testes de sensibilidade aos antibióticos.
O Piperacilina + Tazobactam Combino actua sinergisticamente com os aminoglicosidos contra certas estirpes de Pseudomonas aeruginosa. A terapêutica de associação revelou-se particularmente eficaz em doentes imunocomprometidos. Ambos os fármacos devem ser utilizados nas suas doses terapêuticas recomendadas.
Em doentes neutropénicos devem ser utilizadas as doses recomendadas de Piperacilina + Tazobactam Combino e de aminoglicosido.
Crianças dos 2 aos 12 anos de idade
Piperacilina + Tazobactam Combino está indicado no tratamento de crianças com idades compreendidas entre os 2 e os 12 anos com infecções intra-abdominais, incluindo a
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apendicite complicada por ruptura ou abcesso, peritonite e infecções biliares. Esta indicação não foi avaliada em doentes pediátricos com idades inferiores a 2 anos.
2. ANTES DE TOMAR PIPERACILINA + TAZOBACTAM COMBINO
Não tome Piperacilina + Tazobactam Combino
- se tem alergia (hipersensibilidade) à Piperacilina e ao Tazobactam ou a qualquer outro componente de Piperacilina + Tazobactam Combino.
- se tem alergia (hipersensibilidade) a qualquer β-lactâmico, incluindo penicilinas e cefalosporinas, ouaos inibidores das β- lactamases.
Tome especial cuidado com Piperacilina + Tazobactam Combino
Têm sido referidas reacções de hipersensibilidade (anafilácticas/anafilactóides, incluindo choque) graves e ocasionalmente fatais em doentes tratados com penicilinas. Estas reacções são mais susceptíveis de ocorrer em indivíduos com história de sensibilidade a alergenos múltiplos.
Têm também sido referidos casos de doentes com hipersensibilidade às penicilinas que também manifestaram reacções graves às cefalosporinas. Antes de se iniciar a terapêutica com Piperacilina + Tazobactam Combino deve inquirir-se o doente sobre reacções prévias de hipersensibilidade às penicilinas, cefalosporinas e outros alergenos. Caso se verifique uma reacção alérgica durante a terapêutica com Piperacilina + Tazobactam Combino, o tratamento deve ser interrompido. Reacções graves de hipersensibilidade podem requerer a administração de adrenalina ou outras medidas de urgência.
No caso de diarreia grave e persistente deve considerar-se a possibilidade do aparecimento de uma colite pseudomembranosa induzida pelo antibiótico e que pode pôr em risco a vida do doente. Nestes casos a administração de Piperacilina + Tazobactam Combino deve ser imediatamente interrompida e deve instituir-se uma terapêutica apropriada. Os sintomas de colite pseudomembranosa podem desencadear-se durante ou após o tratamento.
Devido à possibilidade de ocorrência de leucopenia e neutropenia, principalmente durante uma terapêutica prolongada, devem realizar-se periodicamente hemograma e avaliação da função renal e hepática.
Alguns doentes tratados com antibióticos β-lactâmicos, apresentaram manifestações hemorrágicas. Estas reacções estão por vezes associadas a alterações dos testes de coagulação, tais como tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial e agregação plaquetária, e ocorrem com maior frequência em doentes com insuficiência renal. Caso se verifiquem hemorragias, deve interromper-se a terapêutica e instituir-se tratamento adequado.
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Não deve ser posta de parte a possibilidade do aparecimento de microorganismos resistentes causadores de superinfecções, especialmente durante o tratamento prolongado. Caso tal se verifique devem instituir-se as medidas adequadas.
Tomar Piperacilina + Tazobactam Combino com outros medicamentos
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.
A administração concomitante de probenecide e Piperacilina + Tazobactam Combino provoca um aumento da semivida e una redução da clearance renal da piperacilina e do tazobactam. No entanto as concentrações plasmáticas máximas de ambos os fármacos não foram afectadas. Não se verificou qualquer interacção do Piperacilina + Tazobactam Combino com a vancomicina.
A Piperacilina + Tazobactam Combino não altera significativamente a farmacocinética da tobramicina em indivíduos com função renal normal ou com insuficiência renal ligeira ou moderada. A farmacocinética da Piperacilina + Tazobactam Combino também não sofre alteração significativa pela administração da tobramicina.
A piperacilina, quando usada concomitantemente com o vecurónio, tem sido relacionada com o prolongamento do bloqueio neuromuscular do vecurónio. Devido à semelhança do seu mecanismo de acção é de esperar que o bloqueio neuromuscular provocado por qualquer relaxante muscular não despolarizante possa ser prolongado na presença da piperacilina.
Durante a administração simultânea de Piperacilina + Tazobactam Combino e heparina, anticoagulantes orais ou outros fármacos que possam afectar a coagulação sanguínea e/ou a função plaquetária, devem efectuar-se testes da coagulação com maior frequência e proceder-se à sua monitorização regular.
A piperacilina pode diminuir a excreção do metotrexato pelo que os níveis séricos do metotrexato devem ser monitorizados por forma a prevenir a sua toxicidade.
Interacções com os testes laboratoriais
Tal como acontece com as outras penicilinas, a administração de Piperacilina + Tazobactam Combino pode originar uma reacção falsa-positiva para a glucose na urina quando se usa o método de redução com cobre. Recomenda-se a utilização de testes de glucose baseados em reacções enzimáticas da glucose oxidase.
Foram notificados casos de resultados positivos com a utilização de testes EIA Platelia® Aspergillus do Bio-Rad Laboratories, em doentes tratados com Piperacilina + Tazobactam Combino, tendo-se verificado posteriormente que estes doentes não apresentavam infecção por Aspergillus. Foram notificadas reacções cruzadas com polissacáridos e polifuranoses não relacionados com Aspergillus e o teste EIA Platelia® Aspergillus do Bio-Rad Laboratories. Deste modo, resultados positivos em doentes tratados com Piperacilina + Tazobactam Combino devem ser interpretados cuidadosamente e confirmados através de outros métodos de diagnóstico.
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Gravidez e aleitamento
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Não se encontram disponíveis estudos adequados com Piperacilina + Tazobactam Combino durante a gravidez e lactação. A piperacilina e o tazobactam atravessam a placenta. A piperacilina é excretada em baixas concentrações no leite materno; as concentrações de tazobactam no leite materno não foram estudadas.
As mulheres, durante o período de gravidez e aleitamento, só devem ser tratadas com Piperacilina +Tazobactam Combino se os benefícios terapêuticos compensarem os riscos para a doente e para o feto.
Condução de veículos e utilização de máquinas
A Piperacilina + Tazobactam Combino não afecta a capacidade de condução e utilização de máquinas.
Informações importantes sobre alguns componentes de Piperacilina + Tazobactam Combino
A Piperacilina + Tazobactam Combino contém para cada apresentação o seguinte teor de sódio:
2000 mg + 250 mg - 108 mg sódio
4000 mg + 500 mg - 216 mg sódio
Esta informação deve ser tida em consideração em doentes com ingestão controlada de sódio.
Nos doentes com baixas reservas de potássio, devem realizar-se determinações periódicas dos electrólitos, e deve ter-se em conta a possibilidade de hipocaliemia quer nestes doentes, quer nos que estejam a ser tratados concomitantemente com fármacos susceptíveis de diminuir os níveis de potássio.