Não utilize Forene
- se tem alergia (hipersensibilidade) à substância activa, Isoflurano, ou a outros anestésicos halogenados.
- se tem susceptibilidade genética, conhecida ou suspeita, para hipertermia maligna.
Tome especial cuidado com Forene
O Isoflurano aumenta o fluxo sanguíneo cerebral em níveis de anestesia mais profundos. Pode verificar-se um aumento transitório na pressão do líquido cefalorraquidiano, que é totalmente reversível com hiperventilação.
É possível que sejam observados menos efeitos cerebrais pós-operatórios com o Isoflurano do que após anestesia comparável.
Dado que os níveis da anestesia podem ser alterados fácil e rapidamente, devem ser apenas usados vaporizadores que produzam concentrações e velocidades de fluxo previsíveis.
A hipotensão e a depressão respiratória aumentam com a profundidade da anestesia.
Aumento da perda de sangue, comparável à observada com o halotano, tem sido verificado em doentes submetidas a curetagem uterina.
Foram descritos casos isolados de aumento de carboxihemoglobina com o uso de anestésicos inalatórios halogenados com uma componente CF2H (como, por exemplo, desflurano, enflurano e isoflurano).
Em presença de absorventes normalmente hidratados não se produzem quaisquer concentrações clinicamente significativas de monóxido de carbono. Deverão seguir-se cuidadosamente as instruções dos fabricantes para os absorventes de CO2.
Foram descritos casos raros de calor extremo, fumo e/ou fogo espontâneo no aparelho de anestesia durante a administração da anestesia geral com fármacos desta classe, quando utilizados em associação com absorventes de CO2 secos, especialmente aqueles que contêm hidróxido de potássio (por ex. Baralyme). Quando existe suspeita de que o absorvente de CO2 possa ter secado, este deve ser substituído antes da administração de Isoflurano. O indicador de cor da maioria dos absorventes de CO2 não altera forçosamente como um resultado da secagem. Por conseguinte, a ausência de alteração significativa na cor não deve ser considerada como garantia de uma hidratação adequada. Os absorventes de CO2 devem ser substituídos por rotina, independentemente do estado do indicador de cor.
Como com qualquer anestésico geral potente, o Isoflurano só deve ser administrado em meio hospitalar adequado e por médicos devidamente treinados na sua utilização; os meios de reanimação cardio-respiratória e de suporte avançado de vida devem estar imediatamente disponíveis.
Dado que os níveis de anestesia com Isoflurano podem sofrer alterações rápida e facilmente, devem utilizar-se apenas vaporizadores que fornecem um débito previsível com precisão razoável ou técnicas durante as quais podem ser monitorizadas as concentrações inspiradas ou expiradas.
O grau de hipotensão e depressão respiratória pode fornecer alguma indicação da profundidade da anestesia.
Foi descrito que o Isoflurano pode provocar lesão hepática, desde aumentos ligeiros e transitórios nas enzimas hepáticas até, muito raramente, necrose hepática fatal.
Independentemente dos anestésicos usados, a manutenção da hemodinâmica normal é importante para evitar a isquémia do miocárdio em doentes com doença da artéria coronária.
Como acontece com outros anestésicos halogenados, o Isoflurano deve ser usado com precaução em doentes com pressão intracraneana aumentada. Nestes casos pode ser necessária hiperventilação.
A acção dos relaxantes não-despolarizantes é marcadamente potenciada pelo Isoflurano.
O Isoflurano, como outros anestésicos gerais, pode causar uma ligeira diminuição na função intelectual durante 2 ou 3 dias após a anestesia. Como acontece com outros anestésicos, pequenas alterações no humor e nos sintomas podem persistir até 6 dias após a administração.
Foi descrito que a exposição prévia aos hidrocarbonetos halogenados, especialmente num intervalo inferior a 3 meses, pode aumentar o potencial para lesão hepática.
Testes laboratoriais
Foram observados aumentos transitórios na retenção da BSF (Bromossulfanaftaleína), glucose sanguínea e creatinina sérica com decréscimo da BUN (ureia nitrogenada sanguínea), colesterol sérico e fosfatase alcalina.
Hipertermia Maligna
Em indivíduos sensíveis, a anestesia com Isoflurano pode provocar um estado hipermetabólico do músculo-esquelético ocasionando uma necessidade aumentada de oxigénio e o sindroma clínico conhecido como hipertermia maligna.
O sindroma tem características inespecíficas tais como rigidez muscular, taquicardia, taquipneia, cianose, arritmia e pressão sanguínea instável (é necessário ter em conta que muitos destes sinais inespecíficos podem aparecer com anestesia ligeira, hipoxia aguda, etc.).
Um aumento no metabolismo global pode reflectir-se numa temperatura elevada (a qual poderá aumentar rapidamente num estado inicial ou tardio, mas que geralmente não é o primeiro sinal de um metabolismo aumentado) e num uso maior do sistema de absorção de CO2 (canister quente). O pH e a PaO2 podem diminuir e pode surgir hipercaliemia e um deficit de bases. O tratamento inclui a suspensão do agente causador (ex. Isoflurano), administração intravenosa de dantroleno sódico e a aplicação de terapia de suporte. Esta inclui esforços energéticos para normalizar a temperatura corporal, suporte respiratório e circulatório e tratamento dos desequilíbrios do balanço hidroelectrolítico. Posteriormente, pode surgir insuficiência renal pelo que, se possível, deve manter-se o fluxo urinário.
A utilização de agentes anestésicos inalatórios tem sido associada a elevações raras nos níveis séricos de potássio, que têm resultado em arritmias cardíacas e morte em doentes pediátricos durante o período pós-cirúrgico. Os doentes com doença neuromuscular latente ou manifesta, em particular os doentes com distrofia muscular de Duchenne, parecem ser mais vulneráveis. A utilização concomitante de succinilcolina tem sido
associada na maioria dos casos, embora com algumas excepções. Estes doentes também sofreram elevações significativas nos níveis séricos de creatinina quinase e, em alguns casos, alterações na urina consistentes com mioglobinuria. Apesar da similaridade com a hipertermia maligna, nenhum destes doentes apresentou sinais ou sintomas de rigidez muscular ou estado hipermetabólico. Deste modo, recomenda-se uma intervenção antecipada e intensa para tratar a hipercaliemia e as arritmias resistentes, assim como uma avaliação subsequente para doença neuromuscular latente.
O Isoflurano pode ser usado em recém-nascidos e crianças com menos de 2 anos de idade.
Pode ser usado nos idosos, sendo geralmente necessárias menores concentrações para manter a anestesia. Deve ser usado com precaução em doentes com pressão intracraneana aumentada.
Ao utilizar Forene com outros medicamentos
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.
Anti-miasténicos (neostigmina e piridostigmina): O Isoflurano potencia significativamente o efeito de todos os relaxantes musculares frequentemente utilizados, sendo esta acção ainda mais notória relativamente aos relaxantes musculares pertencentes ao tipo não-despolarizante.
A neostigmina inverte os efeitos dos relaxantes musculares não despolarizantes mas não tem efeito nas propriedades relaxantes do Isoflurano. Todos os relaxantes musculares usados habitualmente são compatíveis com o Isoflurano.
Beta-bloqueantes: Os beta-bloqueantes podem diminuir as reacções de compensação cardiovasvular.
Aminas simpaticomiméticas: Existe um risco de arritmia ventricular grave, como por exemplo, como consequência de aumento da frequência cardíaca, embora a sensibilidade do miocárdio para a epinefrina seja mais baixa com isoflurano do que com o halotano.
Bloqueadores dos canais de cálcio (nicardipina e verapamil): Nos doentes tratados com bloqueadores dos canais de cálcio, particularmente dihidropiridinas, o isoflurano pode causar hipotensão importante.
Succinilcolina: Todos os relaxantes musculares habitualmente utilizados são significativamente potenciados pelo isoflurano, sendo o efeito mais notório com os fármacos não-despolarizantes. Todos os relaxantes musculares usados habitualmente são compatíveis com o Isoflurano.
Ao utilizar Forene com alimentos e bebidas
Não aplicável.
Gravidez e aleitamento
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
O Isoflurano mostrou ter um possível efeito fetotóxico, relacionado com o anestésico, num estudo realizado em ratinhos, que receberam doses 6 vezes superiores à dose máxima recomendada para o homem. Desconhece-se a relevância destes estudos para os seres humanos, dado que não existem estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas. A segurança na gravidez não foi estabelecida mas não existe motivo para suspeitar de qualquer efeito adverso específico do medicamento usado para anestesia durante a gravidez. Com o Isoflurano observaram-se perdas sanguíneas comparáveis às verificadas após anestesia com outros anestésicos inalatórios em doentes submetidas a interrupção da gravidez.
Desconhece-se actualmente se o Isoflurano é excretado no leite humano. Dado que muitos fármacos são excretados pelo leite humano, deve ter-se em atenção este facto quando o Isoflurano for administrado a mães que amamentem.
O Isoflurano, em concentrações até 0,75% revelou ser seguro e eficaz para manutenção da anestesia na cesariana. Não foram descritos efeitos adversos na mãe ou no recém-nascido como resultado da administração de Isoflurano.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Como acontece com outros anestésicos, os doentes devem ser prevenidos de que durante algum tempo após a anestesia geral, poderá observar-se interferência na realização de tarefas que requeiram alerta mental, como por exemplo a utilização de máquinas perigosas ou condução de veículos.
Informações importantes sobre alguns componentes de Forene
Não aplicável.