Não tome AZIDINA:
As cápsulas de AZIDINA estão contra-indicadas em:
- doentes com hipersensibilidade conhecida à Zidovudina ou a qualquer um dos excipientes
- doentes com número de neutrófilos anormalmente baixo (inferior a
0,75 x 10
9/l) ou níveis de hemoglobina anormalmente baixos (inferiores a 7,5g/dl ou 4,65mmol/l)
- - recém-nascidos com hiperbilirrubinémia a requererem outros tratamentos que não a fototerapia, ou com níveis de transaminases cinco vezes superiores ao limite máximo normal
Tome especial cuidado com AZIDINA:
AZIDINA não é uma cura para a infecção VIH, pelo que os doentes continuarão em risco de desenvolvimento de doenças associadas à imunossupressão, incluindo infecções oportunistas, e neoplasmas. Embora esteja demonstrada uma diminuição do risco de infecções oportunistas, a informação sobre o desenvolvimento de neoplasmas, incluindo linfomas, é limitada. Segundo dados disponíveis em doentes em tratamento para infecção VIH avançada, o risco de desenvolvimento de linfoma nestes doentes é semelhante ao observado em doentes não tratados. Desconhece-se o risco de desenvolvimento de linfoma em doentes com infecção VIH precoce sujeitos a tratamento a longo prazo. AZIDINA deve ser administrada sob vigilância de um médico com experiência no tratamento de doentes com infecção VIH ou SIDA. Um tratamento apropriado requer acesso a condições adequadas, por ex. para monitorização hematológica, incluindo determinação da carga vírica e contagem dos linfócitos CD4+, e para transfusões sanguíneas, se necessário.
Nalguns doentes com infecção pelo VIH em estado avançado e com história clínica de infecções oportunistas, podem surgir, num curto espaço de tempo após o início do tratamento anti ? VIH, sinais e sintomas de inflamações originados por infecções anteriores. Pensa-se que estes sintomas ocorrem devido a uma melhoria na resposta imunológica, pela capacidade do corpo reagir a infecções que possam ter estado presentes sem apresentarem sintomas. Se se aperceber de algum sintoma ou infecção, por favor contacte de imediato o seu médico.
Reacções adversas hematológicas
Nos doentes em tratamento com AZIDINA pode ocorrer anemia (geralmente não observada antes de 6 semanas de terapêutica, podendo ocasionalmente ocorrer mais cedo), neutropenia (geralmente não observada antes de 4 semanas de terapêutica, podendo ocasionalmente ocorrer mais cedo) e leucopenia (geralmente secundária à neutropenia). Estas reacções observam-se mais frequentemente com as doses mais elevadas (1200-1500mg por dia, por via oral) e nos doentes com compromisso da medula óssea prévio ao início do tratamento, particularmente com infecção VIH avançada. Os parâmetros hematológicos devem ser cuidadosamente monitorizados. Em doentes com infecção VIH avançada sintomática, recomenda-se a realização de análises sanguíneas pelo menos de 2 em 2 semanas durante os primeiro três meses de terapêutica e pelo menos mensalmente, findo este período. Em doentes com infecção VIH precoce (reserva da medula óssea geralmente boa), as reacções hematológicas adversas são pouco frequentes. Dependendo do estado geral do doente, os exames sanguíneos poderão ser efectuados com menos frequência, por ex. de mês a mês ou de 3 em 3 meses. Caso as concentrações de hemoglobina desçam para valores entre 7,5g/dl (4,65mmol/l) e 9g/dl (5,59mmol/l), ou caso o número de neutrófilos desça para valores entre 0,75 x 109/l e 1,0 x 109/l, pode reduzir-se a posologia diária até evidência de recuperação da medula óssea; alternativamente, pode proceder-se a uma breve interrupção (2-4 semanas) do tratamento com AZIDINA para melhor recuperação. A recuperação da medula óssea ocorre usualmente em 2 semanas, após o que se pode recomeçar o tratamento com AZIDINA em doses baixas. Em doentes com anemia significativa, os ajustes da dose podem não eliminar a necessidade de transfusões (Ver: Não tome AZIDINA).
Acidose láctica
Foram relatados casos de acidose láctica normalmente associados a hepatomegália grave e esteatose hepática, com a utilização de análogos de nucleósidos. Os sintomas iniciais (hiperlactacidemia sintomática) incluem sintomas digestivos benignos (náuseas, vómitos e dor abdominal), mal-estar não específico, perdas de peso e apetite, sintomas respiratórios (respiração rápida e/ou profunda) ou sintomas neurológicos (incluindo fraqueza motora). A acidose láctica conduz a uma elevada taxa de mortalidade e pode estar associada a pancreatite, falência hepática ou falência renal. A acidose láctica ocorreu após alguns ou vários meses de tratamento. O tratamento com análogos de nucleósidos deve ser interrompido em caso de hiperlactacidemia sintomática e acidose láctica/metabólica, hepatomegália progressiva ou
aumento rápido dos níveis de transaminases. Deve tomar-se precaução na administração de análogos de nucleósidos a qualquer doente (particularmente em mulheres obesas) com hepatomegália, hepatite ou outros factores de risco conhecidos de doença hepática e esteatose hepática (incluindo alguns medicamentos e álcool). Os doentes co-infectados com hepatite C e tratados com interferão alfa e ribavirina podem apresentar uma situação de risco acrescido para o desenvolvimento de acidose láctica. Os doentes com risco aumentado devem ser cuidadosamente observados.
Lipodistrofia
A terapêutica antiretroviral combinada tem sido associada a uma redistribuição da acumulação de gordura (lipodistrofia) em doentes com VIH. As consequências a longo destes efeitos são desconhecidas. Tem sido colocada a hipótese de uma interligação entre a lipomatose visceral e os Inibidores da Protease (IP) e a lipoatrofia e os Inibidores da Transcriptase Reversa Nucleósido (ITRN). Um risco acrescido de lipodistrofia tem sido associado a factores individuais, tais como a idade avançada, e a factores relacionados com o medicamento como o tratamento prolongado com a terapêutica antiretroviral e distúrbios metabólicos associados. O conhecimento sobre o mecanismo destes efeitos metabólicos é, actualmente, incompleto. A avaliação clínica deverá incluir a avaliação de sinais físicos de redistribuição da gordura.
Deve ter-se em consideração a determinação dos lípidos séricos e da glicémia em jejum. As alterações lipídicas deverão ser clinicamente encaminhadas de modo apropriado (Ver: Efeitos secundários possíveis). As possíveis consequências a longo prazo da terapêutica antiretroviral de associação, tal como
- risco acrescido de doença cardiovascular, não podem ser excluídos.
Os doentes deverão ser alertados relativamente à administração concomitante de medicamentos de automedicação (
Ver: Tomar AZIDINA
com
outros medicamentos).
Os doentes deverão ter conhecimento de que o tratamento com Zidovudina não demonstrou prevenir o risco de transmissão do VIH a outros indivíduos por contacto sexual ou transmissão sanguínea.
Utilização no idoso e em doentes com insuficiência renal ou hepática
(Ver: Como tomar AZIDINA)
Gravidez:
Caso esteja grávida ou planeie engravidar, deverá contactar o seu médico para discutir os potenciais efeitos adversos, assim como os benefícios e riscos inerentes à terapêutica antiretroviral quer para si quer para a sua criança.
Se está a tomar AZIDINA durante a gravidez, o seu médico poderá prescrever consultas regulares para monitorizar o desenvolvimento do seu feto. As consultas poderão incluir exames ao sangue e outros testes de diagnóstico.
Nas crianças, cujas mulheres tomaram análogos dos nucleósidos e nucleótidos durante a gravidez, os benefícios da redução da possibilidade de serem infectadas com VIH são superiores ao riscos de sofrerem efeitos indesejáveis.
A utilização de Zidovudina na grávida após 14 semanas de gestação,
com tratamento subsequente dos seus recém-nascidos, mostrou reduzir
significativamente a taxa de transmissão materno-fetal do VIH, com
base em culturas víricas de isolados de crianças. A decisão de efectuar
tratamento para diminuir o risco de transmissão materno-fetal do VIH
deve basear-se na relação entre os potenciais benefícios e riscos. As
grávidas que considerem a utilização de AZIDINA durante a gravidez para
prevenção da transmissão do VIH aos seus filhos deverão ser alertadas de que a transmissão poderá
ocorrer nalguns casos, apesar da terapêutica. Não é conhecida a eficácia da Zidovudina na redução da
transmissão materno-fetal em mulheres com tratamento prolongado prévio com Zidovudina, ou com
outros antiretrovíricos, ou em mulheres infectadas com estirpes VIH de sensibilidade reduzida à
Zidovudina.
Aleitamento:
Alguns especialistas em saúde recomendam que as mulheres infectadas pelo VIH não amamentem os
seus filhos, de modo a evitar a transmissão do vírus. Após administração de uma dose única de 200mg de
Zidovudina a mulheres com infecção VIH, foram detectadas concentrações médias de Zidovudina
semelhantes no leite e no soro. Deste modo, considerando que tanto o fármaco como o vírus são
excretados no leite materno, recomenda-se que as mulheres em tratamento com AZIDINA não
amamentem os seus filhos.
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Condução de veículos e utilização de máquinas:
Apesar de não ser previsível um efeito prejudicial sobre estas actividades, com base na farmacologia da
Zidovudina, dever-se-á ter em conta o estado clínico do doente e o perfil de efeitos adversos da
Zidovudina quando se considerar a capacidade do doente para conduzir e utilizar máquinas.
Tomar AZIDINA com outros medicamentos:
Os fármacos eliminados principalmente por metabolismo hepático, especialmente por glucuronidação, terão potencial para inibir o metabolismo da Zidovudina. As interacções citadas em seguida não deverão ser consideradas exaustivas, mas representativas das classes de fármacos que devem ser administrados com precaução.
Informação limitada sugere que a administração de Zidovudina com rifampicina diminui a AUC da Zidovudina em 48% ± 34%, desconhecendo-se, no entanto, o significado clínico desta ocorrência. Informação limitada sugere que o probenecide aumenta o tempo de semi-vida médio e a área sob a curva da concentração plasmática da Zidovudina, por diminuição da glucuronidação. A excreção renal do glucuronido (e possivelmente da própria Zidovudina) é diminuída na presença de probenecide. Observou-se um ligeiro aumento da Cmax(28%) da Zidovudina quando administrada com lamivudina; no entanto, a exposição total (AUC) não foi significativamente alterada. A Zidovudina não altera a farmacocinética da lamivudina.
Em alguns doentes em tratamento com Zidovudina foram relatados níveis sanguíneos de fenitoína baixos, tendo sido relatado um caso de níveis sanguíneos elevados. Estas observações sugerem que os níveis de fenitoína devem ser cuidadosamente monitorizados nos doentes em tratamento com ambos os fármacos. Foi observada uma diminuição na clearance oral da Zidovudina, com aumento de 35% ± 23% na AUC da Zidovudina plasmática, após administração concomitante com atovaquona. A informação disponível é limitada, desconhecendo-se o significado clínico desta observação.
Foi observado um aumento da AUC da Zidovudina, com correspondente diminuição da clearance, quando em administração concomitante com ácido valpróico, fluconazol ou metadona. Dado que a informação disponível é limitada, o significado clínico desta observação não está esclarecido. No entanto, se a Zidovudina for administrada concomitantemente com ácido valpróico, fluconazol ou metadona, o doente deverá ser cuidadosamente monitorizado quanto a potencial toxicidade.
Outros fármacos, incluindo mas não limitados a, aspirina, codeína, morfina, indometacina, cetoprofeno, naproxeno, oxazepam, lorazepam, cimetidina, clofibrato, dapsona e isoprinosina podem alterar o metabolismo da Zidovudina por inibição competitiva da glucuronidação ou por inibição directa do metabolismo microssomal hepático. Deverá considerar-se a possibilidade de interacções medicamentosas antes de utilizar tais fármacos em associação com AZIDINA, especialmente em caso de terapêutica crónica.
A associação de Zidovudina com ribavirina ou estavudina mostrou antagonismo in vitro, devendo, portanto, evitar-se a utilização concomitante de qualquer destes fármacos com AZIDINA. O risco de reacções adversas a AZIDINA pode também aumentar na terapêutica concomitante, especialmente terapêutica aguda, com fármacos potencialmente nefrotóxicos ou mielodepressores (p. ex. pentamidina sistémica, dapsona, pirimetamina, cotrimaxazol, anfotericina, flucitosina, ganciclovir,
interferão, vincristina, vimblastina e doxorrubicina). Caso seja necessária terapêutica concomitante com qualquer destes fármacos, recomenda-se cuidadosa monitorização da função renal e dos parâmetros hematológicos e, se necessário, redução da dose de um ou mais destes fármacos.
Dado que alguns doentes em tratamento com AZIDINA podem continuar a desenvolver infecções oportunistas, poderá ser necessário considerar terapêutica antimicrobiana profiláctica concomitante. Esta profilaxia tem incluído, cotrimoxazol, pentamidina nebulizada, pirimetamina e aciclovir. Informação limitada não sugere um aumento significativo do risco de reacções adversas à Zidovudina pela utilização destes fármacos.
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos sem receita médica.