Não Utilize Tracrium
Se tem alergia (hipersensibilidade) ao atracúrio, cisatracúrio e/ou ácido benzensulfónico.
Tome especial cuidado com Tracrium
TAL COMO OUTROS BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES, TRACRIUM PARALISA OS MÚSCULOS RESPIRATÓRIOS, ASSIM COMO OUTROS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS, MAS NÃO AFECTA A CONSCIÊNCIA. TRACRIUM DEVE SER ADMINISTRADO APENAS COM ANESTESIA GERAL ADEQUADA E POR, OU SOB CONTROLO DE UM ANESTESISTA EXPERIENTE, COM CONDIÇÕES ADEQUADAS PARA INTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL E VENTILAÇÃO ARTIFICIAL.
Durante a administração de Tracrium em doentes susceptíveis existe potencial para a libertação de histamina. Deve tomar-se precaução ao administrar Tracrium a doentes com historial sugestivo de sensibilidade aumentada aos efeitos da histamina.
Recomenda-se precaução na administração de Tracrium a doentes que tenham mostrado hipersensibilidade a outros bloqueadores neuromusculares, dado ter sido referida uma alta
percentagem de sensibilidade cruzada (maior que 50%) entre bloqueadores neuromusculares (ver Não utilize Tracrium).
Tracrium não tem propriedades vagais ou de bloqueio ganglionar significativas nas doses recomendadas. Por consequência, Tracrium não tem efeito clinicamente significativo sobre a frequência cardíaca às doses recomendadas, não contrariando a bradicardia provocada por muitos anestésicos ou pela estimulação vagal durante a cirurgia.
Tal como com outros bloqueadores neuromusculares não despolarizantes, poderá prever-se uma sensibilidade aumentada ao atracúrio em doentes com miastenia gravis, outras doenças neuromusculares e alterações electrolíticas graves.
Tracrium deve ser administrado durante um período de 60 segundos a doentes que possam ser anormalmente sensíveis a quebras da pressão arterial, como por exemplo, em doentes hipovolémicos.
Tracrium é inactivado a pH elevado, não devendo por isso ser misturado na mesma seringa com tiopental ou qualquer outro agente alcalino.
Quando se selecciona uma veia pequena como local de injecção, Tracrium deve ser escorvado da veia com soro fisiológico após administração. Quando se administram outros anestésicos através da mesma agulha ou cânula utilizada para o Tracrium, é importante que após utilização de cada fármaco se proceda à "lavagem" da veia com um volume adequado de soro fisiológico.
Tracrium é hipotónico pelo que não deve ser administrado no mesmo tubo de perfusão de uma transfusão sanguínea.
Estudos de hipertermia maligna em animais susceptíveis (suínos) e estudos clínicos em doentes susceptíveis a hipertermia maligna, indicam que Tracrium não despoleta este síndrome.
Tal como com outros bloqueadores neuromusculares não despolarizantes, poderá desenvolver-se resistência em doentes com queimaduras. Estes doentes poderão necessitar de doses aumentadas, dependendo do tempo decorrido desde a queimadura e da sua extensão.
Doentes na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI):
Quando administrado a animais de laboratório em doses elevadas, a laudanosina, um metabolito do atracúrio, tem sido associada a hipotensão transitória e, em algumas espécies, a efeitos excitatórios cerebrais. Embora se tenham observado convulsões em doentes na UCI a receberem atracúrio, não se estabeleceu uma relação causal com a laudanosina (ver secção 4).
Ao tomar Tracrium com outros medicamentos
Informe o seu médico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.
O bloqueio neuromuscular produzido por Tracrium pode ser aumentado pelo uso concomitante de anestésicos inalados tais como halotano, isoflurano e enflurano.
Tal como com todos os bloqueadores neuromusculares não despolarizantes, a magnitude e/ou duração de um bloqueio neuromuscular não despolarizante pode ser aumentada como resultado de interacção com:
- Antibióticos, incluindo aminoglicosideos, polimixinas, espectinomicina, tetraciclinas, lincomicina e clindamicina.
- Fármacos antiarrítmicos: propranolol, bloqueadores dos canais de cálcio, lidocaína, procaínamida e quinidina.
- Diuréticos: furosemida e possivelmente manitol, diuréticos tiazídicos e acetazolamida.
- Sulfato de magnésio
- Cetamina
- Sais de lítio
- Bloqueadores ganglionares: trimetafano, hexametónio.
Raramente, alguns fármacos poderão agravar ou expor miastenia gravis latente ou mesmo induzir o síndrome miasténico; uma sensibilidade aumentada ao Tracrium seria uma consequência de tal desenvolvimento. Estes fármacos incluem vários antibióticos, beta-bloqueantes (propranolol, oxprenolol), antiarrítmicos (procaínamida, quinidina), fármacos anti-reumatismais (cloroquina, D-penicilamina), trimetafano, clorpromazina, esteróides, fenitoína e lítio.
O início do bloqueio neuromuscular não-despolarizante poderá ser atrasado e a duração reduzida em doentes sob terapêutica anticonvulsiva crónica.
A administração de associações de bloqueadores neuromusculares não-despolarizantes com Tracrium poderá originar um grau de bloqueio neuromuscular em excesso relativamente ao previsto com uma dose total equipotente de Tracrium. Qualquer efeito sinérgico poderá variar entre diferentes associações de fármacos.
Um relaxante muscular despolarizante, tal como o cloreto de suxametónio, não deve administrar-se para prolongar os efeitos bloqueadores neuromusculares de bloqueadores não despolarizantes, tais como o atracúrio, por poder resultar num bloqueio complexo e prolongado, difícil de reverter com anticolinesterásicos.
O tratamento com anticolinesterases (p.ex. donepezil), comummente utilizados no tratamento da doença de Alzheimer, pode encurtar a duração e diminuir a magnitude do bloqueio neuromuscular do atracúrio.
Gravidez e aleitamento
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Tal como com todos os bloqueadores neuromusculares, Tracrium só deve ser utilizado durante a gravidez se o potencial benefício para a mãe ultrapassar qualquer potencial risco para o feto. Tracriumpode ser utilizado para manter o relaxamento muscular durante a cesariana, dado que não atravessa a placenta em quantidades clinicamente significativas, após administração das doses recomendadas.
Desconhece-se se Tracrium é excretado no leite materno.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Não relevante para a utilização de Tracrium. No entanto, Tracrium é sempre utilizado em combinação com uma anestesia geral pelo que, consequentemente, aplicam-se as precauções habituais relacionadas com a execução de tarefas após anestesia geral.