Dinofor

Dinofor
Substância(s) ativa(s)Morfina
País de admissãopt
Titular da autorização de introdução no mercadoProbios - Produtos Químicos e Farmacêuticos, Lda.
Código ATCN02AA01
Grupos farmacológicosOpiáceos

Folheto informativo

O que é e para que é utilizado?

Este medicamento é um analgésico estupefaciente.

Dinofor é um analgésico utilizado para o alívio prolongado da dor intensa, ou moderada, especialmente associada a doenças neoplásicas, enfartes do miocárdio e a cirurgia. Quando se prevê que a dor seja de pequena duração deve recorrer-se a um analgésico de curta duração de acção.

O que deve considerar antes de usar?

Não tome Dinofor:

  • se tem hipersensibilidade (alergia) à morfina ou a qualquer outro ingrediente de Dinofor;
  • se sofre de insuficiência respiratória;
  • se sofre de doença obstrutiva das vias aéreas;
  • se sofre de insuficiência hepática aguda;
  • se sofre de intoxicação alcoólica aguda/delirium tremens;
  • no caso de traumatismos cranianos e situações de aumento da pressão intracraniana;
  • durante um ataque de asma brônquica;
  • se sofre de insuficiência cardíaca secundária;
  • se sofre de doença pulmonar crónica;
  • em estados convulsivos;
  • se tem risco de íleus paralítico;
  • no caso da síndrome abdominal aguda de etiologia desconhecida;
  • em crianças.

Tome especial cuidado com Dinofor:

Recomenda-se precaução, ou diminuição das doses, nas seguintes situações:

  • em idosos, doentes que sofram de asma, hipotensão, distúrbios convulsivos ou dependência;
  • em hipotiroidismo, insuficiência adrenocortical, insuficiência renal ou hepática;
  • pode haver retenção urinária em doentes com hipertrofia da próstata ou doença uretral;
  • choque, doenças obstrutivas intestinais, miastenia grave, pós operatório, especialmente em casos de abdómen agudo e após cirurgia abdominal. Deve esperar-se o retorno e normalização da motilidade gástrica.
  • em cirurgia prévia das vias biliares.

Dinoforpode provocar dependência física e psíquica, e tolerância, a qual desaparece ao completar-se a abstinência.

Na suspensão do tratamento deve-se ter em conta a possibilidade de aparecimento da síndrome de abstinência cujos sintomas variam de natureza e intensidade consoante a duração do uso, saúde e personalidade do doente.

Em geral, o quadro clínico da síndrome de abstinência consiste num comportamento intencional, altamente dependente do observador e do ambiente e dirigido para a obtenção de mais Dinofor, podendo observar-se os seguintes sintomas, não intencionais (8-12 horas após a última dose): lacrimejamento, rinorréia, bocejos e sudorese. Cerca de 12-14 horas após a última dose, o doente poderá entrar num sono inquieto e agitado, que pode durar várias horas, acordando mais inquieto e ansioso do que previamente.

Com a progressão da síndrome, observam-se pupilas dilatadas, anorexia, pele arrepiada, inquietação, irritabilidade e tremor. Os sintomas não intencionais atingem um máximo em 48-72 horas, altura em que o doente apresenta uma irritabilidade crescente, insónia, anorexia acentuada, violentos bocejos, espirros intensos, lacrimejamento e pronunciada fraqueza e depressão. São comuns: náuseas, vómitos, espasmos intestinais, diarreia, dores nos ossos e músculos, cólicas abdominais e aumento da frequência cardíaca e pressão arterial. Na ausência de tratamento a fase aguda da síndrome de abstinência desaparece em 7-10 dias, e raramente ocasiona risco de vida.

Gravidez

Não se recomenda a utilização de Dinofor durante a gravidez.

Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.

Aleitamento

Não se recomenda a utilização de Dinofor durante o aleitamento.
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.

Condução de veículos e utilização de máquinas:

Os doentes a fazer terapêutica com Dinofor não devem conduzir nem trabalhar com ferramentas ou máquinas.

Informações importantes sobre alguns ingredientes de Dinofor:

Contém lactose.

Tomar Dinofor com outros medicamentos:

Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos sem receita médica, em particular:

  • inibidores da monoaminoxidase (IMAO), nem nas 2 semanas após a interrupção dos mesmos (informe também o seu médico se tomou estes medicamentos nas semanas anteriores); ? álcool, anestésicos, hipnóticos, antipsicóticos e sedativos, anti-depressivos tricíclicos e fenotiazina (aumentam o efeito da morfina);
  • mexilitina (a morfina retarda a sua absorção), e metoclopramida, domperidona e cisapride (morfina contraria os seus efeitos gastrintestinais).
  • buprenorfina, butorfanol, nalbufina e pentazoína podem precipitar o aparecimento da síndrome de abstinência em doentes que tomaram recentemente morfina.
  • ciclizina pode antagonizar os benefícios hemodinâmicos da morfina.

Como é utilizado?

Tomar Dinofor sempre de acordo com as instruções do médico. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas. A dose habitual depende da intensidade da dor e da história clínica do doente em relação à necessidade de administração de terapêutica analgésica.

Os comprimidos de Dinofor são para administração por via oral e devem ser deglutidos inteiros.

Adultos:
Recomenda-se 1 comprimido de 12/12 horas.

Doentes com dor intensa: 1-2 comprimidos de 10 mg, 2 vezes por dia, como dose inicial. Com

  • aumento da intensidade da dor, recomenda-se aumento da dose administrada até obtenção doalívio desejado. A dosagem pode ser alterada utilizando diferentes combinações das dosagens disponíveis (10, 30, 60 e 100 mg), ou recorrendo a comprimidos de dosagem superior.

Casos de terapêutica prévia com outra preparação oral de morfina: manter a dose total num período de 24h, a qual deve ser repartida pela toma da manhã e da noite.

Casos de administração prévia de morfina por via i.v.: poderá ser necessária uma dose total

superior a fim de compensar qualquer diminuição do efeito analgésico associada à administração oral.

Dor no pós-operatório: Dinofor não deve ser administrado nas 24 horas seguintes à cirurgia, após as quais a dosagem deve ser ajustada de acordo com o critério médico.

Suplemento de morfina parentérica: prestar atenção à dose total de morfina administrada e aos efeitos a longo prazo inerentes à formulação de libertação modificada.

Crianças:
Os comprimidos Dinofor não estão indicados em pediatria.

Idosos:
Tal como todos os narcóticos, poderá ser aconselhável uma redução da dose no idoso.

Insuficiência renal ou hepática crónica:
Tal como qualquer narcótico, pode ser aconselhável reduzir a dose, nestes grupos de doentes (ver "Tome especial cuidado com Dinofor".

Indicação do momento mais favorável à administração do medicamento

Siga as instruções do seu médico.

Duração do tratamento

De acordo com o critério do seu médico assistente.

Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver a impressão de que Dinofor é demasiado forte ou demasiado fraco.

Se tomar mais Dinofor do que deveria:



Sintomas
: pupilas em forma de ponto, depressão respiratória, hipotermia e hipotensão. Em casos mais graves, pode ocorrer insuficiência circulatória e coma profundo.

Tratamento
: deve proceder-se a lavagem ou aspiração gástrica, podendo ser administrado um laxativo para ajudar o peristaltismo. O tratamento da insuficiência respiratória e do choque podem exigir intensiva terapêutica de suporte, devendo ser também administrado cloridrato de naloxona (antagonista específico) em doses de 0,4 a 2 mg por via endovenosa. Em caso de necessidade, esta dose pode ser repetida, em intervalos de 2 a 3 minutos, até uma dose total de 10 mg. No entanto, chama-se a atenção para o facto de em doentes dependentes de drogas semelhantes à morfina pode ocorrer síndrome de abstinência após a administração de doses altas de naloxona. Nestes doentes, a morfina deverá ser administrada em doses progressivas.

O médico deve ter em conta que os comprimidos de Dinofor que permanecem no intestino continuam a libertar sulfato de morfina durante um período de várias horas.

Caso se tenha esquecido de tomar Dinofor:

Caso se esqueça de tomar uma dose, tome-a assim que puder. Contudo, se estiver perto da hora de tomar a próxima dose, não o faça, volte a tomar os comprimidos dentro do horário previsto.

Não tome uma dose a dobrar para compensar a dose que se esqueceu de tomar.

Não deve aumentar as doses indicadas pelo seu médico.

Efeitos da interrupção do tratamento com Dinofor:

Na suspensão do tratamento deve-se ter em conta a possibilidade de aparecimento da síndrome de abstinência. Não interrompa o tratamento sem indicação prévia do seu médico.

Quais são os possíveis efeitos secundários?

Como os demais medicamentos, Dinofor pode ter efeitos secundários.


Frequentes em doses normais
: náuseas, vómitos, obstipação, sonolência e confusão; urticária, prurido, rash, diminuição da libido e potência, cefaleias; diminuição da diurese e dificuldade em urinar. Registaram-se ainda: secura da boca, suores, rubor facial, vertigens, bradicárdia, palpitações, hipotensão ortostática, hipotermia, agitação, alterações de humor e contracção das pupilas. Estes efeitos surgem mais frequentemente em doentes em ambulatório do que em acamados. Mesmo com doses terapêuticas pode existir uma moderada depressão respiratória; Dependência física e psíquica (pode surgir após 1-2 semanas); Síndrome de privação (surge algumas horas após a paragem do tratamento prolongado e atinge um máximo entre a 36ª e 72ª horas).


Menos frequentes
: aumento da pressão intracraniana.

Doses maiores: depressão respiratória (podendo conduzir a morte) e hipotensão, com insuficiência circulatória e coma profundo.

As doses tóxicas variam consideravelmente consoante o indivíduo e os utilizadores habituais podem tolerar doses elevadas.

Caso detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.

Como deve ser armazenado?

Manter fora do alcance e da vista das crianças.

Conservar em local fresco e seco. Mantenha os comprimidos na embalagem de origem, para proteger da luz.

Verifique o prazo de validade inscrito na embalagem, ou no recipiente, e não utilize o medicamento depois da data indicada.

Medicamento sujeito a receita médica especial.

Data da última revisão do folheto: Dezembro de 2004

Última atualização em 11.08.2022

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