Não utilize Fenitan:
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se tem alergia (hipersensibilidade) à fenitoína ou a outras hidantoínas e ao propilenoglicol;
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se tem bradicardia sinusal, bloqueio sino-auricular, bloqueio auriculo-ventricular de segundo e terceiro graus;
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se tem o síndrome de Adams-Stokes (caracteriza-se pela repetição de crises convulsivas com início e fim súbitos).
Advertências e precauções::
Fale com o seu médico antes de utilizar Fenitan:
- se é de origem taiwanesa, japonesa, malaia ou tailandesa e as análises demonstraram que é portador da variante genética CYP2C9*3.
Deve evitar-se a injeção subcutânea ou perivascular, uma vez que a natureza altamente alcalina da solução pode causar irritação dos tecidos, variando de ligeira sensibilidade a necrose tecidular e perda dos tecidos.
A via intramuscular não é recomendada para o tratamento do estado epilético, devido à lenta absorção e ao atraso resultante na obtenção de níveis séricos de fenitoína dentro dos limites terapêuticos.
A injeção intra-arterial deve ser evitada devido ao pH da solução ser elevado.
A fenitoína, ao ser administrada por via intravenosa, deve ser usada com precaução nos doentes com hipotensão e insuficiência miocárdica grave.
Existe um risco de efeitos nefastos para o feto se Fenitan for utilizado durante a gravidez. As mulheres em idade fértil devem utilizar métodos de contraceção eficazes durante o tratamento com Fenitan (ver Gravidez e amamentação).
Como a fenitoína liga-se extensamente às proteínas plasmáticas e é metabolizada de forma intensa no fígado, pode ser necessário reduzir a dose de manutenção em doentes com insuficiência hepática, para prevenir a sua acumulação e toxicidade. Quando a ligação às proteínas plasmáticas está reduzida, como no caso de urémia, os níveis séricos de fenitoína estão igualmente reduzidos. No entanto, como é improvável que a concentração do fármaco livre (forma activa) esteja alterada, o controlo terapêutico pode ser obtido sob estas circunstâncias para níveis de fenitoína total inferiores ao limite normal de 10-20 mg/l.
Uma vez que a fenitoína pode afetar o metabolismo da glucose, aconselha-se precaução durante o tratamento dos doentes com diabetes.
O electrocardiograma e a pressão sanguínea devem ser monitorizados e o doente deve ser observado de forma contínua, no sentido de serem detetados quaisquer sinais de depressão respiratória.
oOutros medicamentos e Fenitan:
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.
Existem medicamentos que podem interagir com o Fenitan, nomeadamente:
- Os medicamentos que podem aumentar os níveis séricos de fenitoína incluem: cloranfenicol, sulfonamidas, dicumarol, disulfiram, isoniazida, cimetidina, sultiamo,
fenilbutazona, tolbutamida, salicilatos, clordiazepóxido, fenotiazinas, diazepam e alcoolismo agudo.
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Os medicamentos que podem diminuir os níveis séricos de fenitoína incluem: carbamazepina e ácido fólico.
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Os medicamentos que podem aumentar ou diminuir os níveis séricos de fenitoína incluem: fenobarbital, valproato de sódio, ácido valproíco e certos antiácidos. O efeito
da fenitoína sobre estes medicamentos é também imprevisível.
- Os medicamentos com potencial epilepticogénico, tais como os antidepressivos tricíclicos ou as fenotiazinas, podem desencadear convulsões em doentes suscetíveis e a dose de fenitoína pode necessitar de ser ajustada. Um pequeno número de pessoas que iniciaram tratamento com medicamentos antiepiléticos do tipo do Fenitan teve pensamentos de auto-agressão e suicídio, pelo que se tiver pensamentos desta natureza, deve contactar imediatamente o seu médico.
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Os medicamentos cuja eficácia é reduzida pela fenitoína incluem: corticosteróides, dicumarol, doxiciclina, contraceptivos orais, quinidina, vitamina D, digoxina, rifampicina, estrogénios, furosemida, anticoagulantes, (p. ex., rivaroxabano, dabigatrano, apixabano, edoxabano), lacosamida, ticagrelor.
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Os medicamentos cujos efeitos são aumentados pela fenitoína, incluem a varfarina.
Os níveis séricos de fenitoína podem ser reduzidos pela utilização concomitante de preparações contendo Hypericum perforatum, devido à indução dos enzimas envolvidos na metabolização de determinados medicamentos. Assim sendo, as preparações contendo o Hypericum perforatum não devem ser utilizadas simultaneamente com Fenitan. No caso do doente já se encontrar a tomar uma preparação contendo Hypericum perforatum, os níveis séricos de fenitoína devem ser avaliados e, se necessário, a utilização de Hypericum perforatum deve ser suspensa. Os níveis séricos de fenitoína podem aumentar após a suspensão do Hypericum perforatum, pelo que a dose do Fenitan pode necessitar de ser ajustada. A indução enzimática pelo Hypericum perforatum pode persistir pelo menos durante duas semanas após a suspensão da sua utilização.
Interferência com os exames laboratoriais:
A fenitoína pode originar uma diminuição dos níveis séricos do iodo ligado às proteínas plasmáticas. Pode ainda conduzir a valores mais baixos do que os normais para os testes da dexametasona ou da metirapona. A fenitoína pode causar aumento dos níveis séricos da glucose, fosfatase alcalina, gama glutamil-transpeptidase e diminuir os níveis séricos do cálcio e do ácido fólico.
Gravidez e amamentação:
Se está grávida ou a amamentar, se pensa estar grávida ou planeia engravidar, consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento.
Gravidez:
Fenitan pode causar graves defeitos de nascença. Se tomar Fenitan durante a gravidez, o seu bebé tem até 3 vezes mais probabilidades de ter um defeito de nascença do que no caso das mulheres que não tomam medicação antiepilética. Foram comunicados defeitos de nascença graves, incluindo anomalias do crânio, face, unhas, dedos e coração. Alguns destes defeitos podem ocorrer em conjunto, como parte de uma síndrome da hidantoína fetal.
Foram comunicados problemas do neurodesenvolvimento (desenvolvimento do cérebro) em bebés nascidos de mães que utilizaram fenitoína durante a gravidez. Alguns estudos demonstraram que a fenitoína afeta negativamente o neurodesenvolvimento de crianças expostas à fenitoína no ventre materno, ao passo que outros estudos não detetaram tal efeito. A possibilidade de um efeito no neurodesenvolvimento não pode ser excluída.
Todas as mulheres em idade fértil (que podem engravidar) devem receber aconselhamento médico especializado antes de iniciarem o tratamento com a fenitoína. O tratamento com a fenitoína deve ser reavaliado sempre que a mulher pretenda engravidar.
O tratamento com vários antiepiléticos (politerapia) poderá estar associado a um maior risco de malformações congénitas relativamente ao tratamento com um único medicamento (monoterapia). Sempre que possível, deve ser utilizado um esquema terapêutico de um único medicamento (monoterapia).
A fenitoína não deve ser usada como fármaco de primeira escolha durante a gravidez, especialmente no início do tratamento, exceto se o médico considerar que o potencial benefício se sobrepõe ao risco.
O tratamento com medicamentos antiepiléticos, tal como a fenitoína, não deve ser interrompido subitamente uma vez que pode aumentar o risco de crises epiléticas, com consequências graves para a mãe e/ou para o feto. Se descobrir que está grávida, fale imediatamente com o seu médico.
Quando se considera a utilização da fenitoína por via intravenosa no tratamento do estado epilético durante a gravidez, é importante controlar a situação tão cedo quanto possível, de modo a reduzir os potenciais efeitos adversos, nomeadamente a hipoxia sobre o feto.
Há relatórios isolados de malignidades, incluindo neuroblastoma, em crianças de mulheres que receberam fenitoina durante a gravidez.
Devido á absorção alterada de fenitoína ou do seu metabolismo durante a gravidez uma pequena percentagem de doentes experimentou um aumento na frequência das convulsões; avaliações periódicas da fenitoína sérica servem como guia valioso para ajuste apropriado da dose no tratamento da epilepsia durante a gravidez. Têm sido relatados defeitos de coagulação neonatais ocorrendo nas primeiras 24 horas em bebés nascidos de mulheres recebendo fenitoína. A vitamina K pode ser usada para prevenir
ou corrigir este defeito e pode ser administrada à mãe antes do parto e ao recém- nascido após o parto.
Amamentação:
A fenitoína é excretada em pequenas quantidades no leite materno, pelo que o aleitamento não é aconselhado.
Condução de veículos e utilização de máquinas:
Não são conhecidos os efeitos da fenitoína sobre a condução de veículos e utilização de máquinas, no entanto, recomenda-se precaução nestas situações.
Fenitan contém etanol e sódio:
Este medicamento contém 400 mg de álcool (etanol) em cada ampola de 5 ml que é equivalente a 80 mg/ml (8% w/v). A quantidade em 5 ml deste medicamento é equivalente a 10 ml de cerveja ou 4 ml de vinho.
É pouco provável que a quantidade de álcool neste medicamento tenha efeitos em adultos e adolescentes, e é pouco provável que os seus efeitos em crianças sejam percetíveis. Pode ter alguns efeitos em crianças mais pequenas, como por exemplo sonolência.
O álcool presente neste medicamento pode alterar os efeitos de outros medicamentos. Fale com o seu médico ou farmacêutico se está a tomar outros medicamentos.
Se está grávida ou a amamentar, fale com o seu médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento.
Se é dependente de álcool, fale com o seu médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento.
Este medicamento contém 21 mg de sódio por ampola. Equivalente a 1,1% da ingestão diária máxima de sódio recomendada na dieta para um adulto.
3. Como utilizar Fenitan
Utilize este medicamento exatamente como está descrito neste folheto, ou de acordo com as indicações do seu médico, farmacêutico ou enfermeiro. Fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro se tiver dúvidas.
O Fenitan destina-se a administração por via intravenosa ou via intramuscular.
A dose recomendada é:
Administração Intravenosa:
- Adultos:
Durante os estados epiléticos e nos doentes com atividade convulsiva contínua, ao contrário do caso mais geral dos doentes com convulsões recidivantes (epilepsia
seriada), recomenda-se a administração do diazepam por via intravenosa antes da fenitoína, devido ao seu início de ação ser mais rápido.
Após a utilização do diazepam, deve ser administrada lentamente uma dose de carga de fenitoína de 10-15 mg/kg por via intravenosa, a uma velocidade não superior a 50 mg por minuto (aproximadamente 20 minutos para um doente de 70 kg). A dose de carga deve ser seguida de doses de manutenção de 100 mg, através da via oral ou intravenosa, de 6 em 6 ou de 8 em 8 horas.
Não exceder a velocidade de administração de 50 mg de fenitoína por minuto.
- Recém-nascidos:
Administrar a solução de Fenitan intravenosamente à velocidade de 1 a 3 mg/kg/minuto.
Os estudos realizados em recém-nascidos, demonstraram que a absorção da fenitoína é errática após a administração oral, mas que uma dose de carga de 15-20 mg/kg de fenitoína por via intravenosa origina usualmente concentrações séricas de fenitoína dentro dos limites terapêuticos geralmente aceites (10-20 mg/l).
Devem ser determinados os níveis de fenitoína durante o tratamento do estado epilético e consequentemente quando se estabelece a dose de manutenção. Os limites clinicamente eficazes são geralmente de 10-20 mg/l, embora alguns casos de convulsões tónico-clónicas possam ser controlados com níveis séricos de fenitoína mais baixos.
- Noutras situações clínicas:
Nas arritmias cardíacas, utilizam-se inicialmente intravenosamente 3,5 a 5 mg de fenitoína por cada kg de peso corporal, repetidos uma vez, se necessário.
Noutras situações clínicas e quando a via de administração intravenosa é a mais aconselhada, a dose e o intervalo de administração devem ser determinados de acordo com as necessidades individuais do doente e de outros fatores, tais como a terapêutica antiepilética anterior, o controlo das convulsões, a idade e a situação clínica do doente.
Administração Intramuscular:
Esta via não deve ser utilizada no tratamento do estado epilético porque os níveis plasmáticos terapêuticos podem não ser alcançados durante as 24 horas.
Os doentes previamente estabilizados através da via oral que necessitam de uma administração intramuscular, devem receber uma dose de fenitoína ajustada para valores 50% superiores à dose oral, de modo a manterem os níveis terapêuticos. No regresso à terapêutica oral, a dose de fenitoína deve ser reduzida em 50% para prevenir que os níveis séricos sejam demasiado elevados.
Num doente que nunca tenha recebido anteriormente o fármaco, a fenitoína injetável deve ser administrada na dose de 100-200 mg (2-4 ml) por via intramuscular em intervalos de aproximadamente 4 horas, como profilaxia durante a neurocirurgia ou
durante o período pós-operatório nas 48-72 horas seguintes. A dose deve ser posteriormente reduzida para uma dose de manutenção de 300 mg e ajustada de acordo com a avaliação dos níveis séricos.
As injeções intramusculares de fenitoína não devem ser administradas durante mais de uma semana. Após este período, devem ser consideradas vias de administração alternativas, tais como a intubação nasogástrica. Durante períodos de tempo inferiores a uma semana, o doente sob terapêutica com injeção intramuscular, deve receber metade da dose oral original durante o mesmo período de tempo em que recebeu a fenitoína por via intravenosa. Os níveis séricos da fenitoína devem ser avaliados e servir de orientação para ajustar a dose de forma adequada.
Doentes idosos (mais de 65 anos): A dose e a velocidade de administração devem ser ajustadas às necessidades e situação clínica do doente.
Instruções de utilização e manipulação
Somente se deve usar uma solução límpida. Não usar se o produto se apresentar na ampola com turvação ou precipitação.
A injeção de fenitoína deve ser administrada lentamente, diretamente numa veia de grande calibre e através de uma agulha de diâmetro largo ou de um cateter intravenoso. Devido à alcalinidade da solução, a injeção de fenitoína deve ser seguida de uma injeção de soro fisiológico estéril, através da mesma agulha ou cateter, para evitar a irritação local da veia.
A perfusão contínua deve ser evitada. A fenitoína não deve ser adicionada às soluções líquidas para perfusão intravenosa.
A solução injetável de fenitoína sódica tem o seu pH compreendido entre os valores de 10 e 12,3 e apenas mantém-se em solução com este valor de pH. Não é recomendável a mistura deste injetável com qualquer outro ou a sua adição a soluções de perfusão, devido à possibilidade da substância ativa formar um precipitado.
Se parar de utilizar Fenitan:Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro.
Se utilizar mais FENITAN do que deveria:
A dose letal média no adulto está avaliada entre 2 e 5 gramas. A dose letal em crianças não é conhecida. Os sinais iniciais de sobredosagem incluem: nistagmo (movimentos involuntários dos olhos), ataxia (falta de coordenação dos movimentos) e disartria (dificuldade em articular as palavras). Os outros sinais são: tremor, hiperflexia (reflexos demasiado ativos ou excesso de resposta), letargia (sonolência), náuseas e vómitos. A sobredosagem pode levar à hipotensão, coma e depressão respiratória, pelo que deve ter-se uma atenção particular às funções respiratória e circulatória e implementar as medidas de suporte consideradas adequadas para estas situações.
Tentativas para relacionar os níveis séricos do fármaco com os efeitos tóxicos mostraram grande variação individual. Estão documentados casos em que com doses
25 vezes superiores à dose terapêutica e concentração sérica de 100 mg/l houve recuperação completa.
Tratamento: não há antídoto conhecido e o tratamento é sintomático e de suporte. Deve dar-se atenção particular às funções respiratória e circulatória e empregarem-se medidas de suporte apropriadas. A exsanguineo-transfusão tem sido usada no tratamento de intoxicações graves na criança. Na sobredosagem aguda deve-se ter presente a possibilidade de outros depressores do SNC incluindo o álcool.