Proaxen pertence ao grupo farmacoterapêutico: Antiepilépticos e Anticonvulsivantes.
Proaxen está indicado:
-no tratamento de crises epilépticas parciais com ou sem crises tónico-clónicas generalizadas secundariamente.
-para utilização em monoterapia ou terapia adjuvante em adultos e em crianças com 6 anos de idade ou mais.
-na nevralgia do trigémeo.
2. ANTES DE TOMAR PROAXEN
Não tome Proaxen:
-se apresentar hipersensibilidade à substância activa (oxcarbazepina) ou a qualquer um dos excipientes.
Tome especial cuidado com Proaxen:
Os doentes que tenham apresentado reacções de hipersensibilidade à carbamazepina devem ser informados de que aproximadamente 25-30% destes doentes podem apresentar reacções de hipersensibilidade (por exemplo reacções cutâneas graves) com Proaxen.
APROVADO EM 02-11-2018 INFARMED
Podem também ocorrer reacções de hipersensibilidade em doentes sem antecedentes de hipersensibilidade à carbamazepina. Em geral, se ocorrerem sinais e sintomas sugestivos de reacções de hipersensibilidade (ver 4. “Efeitos secundários possíveis”) a oxcarbazepina deve ser imediatamente retirada.
Foram observados níveis séricos de sódio inferiores a 125 mmol/l, normalmente assintomáticos e que não requerem ajustamento da terapia, em até 2,7% dos doentes tratados com oxcarbazepina. A experiência dos ensaios clínicos mostra que os níveis séricos de sódio voltaram ao normal quando a posologia foi reduzida, interrompida ou o doente foi tratado conservadoramente (por ex. restrição da ingestão de fluidos). Em doentes com problemas renais preexistentes associados a níveis de sódio baixos ou em doentes tratados concomitantemente com fármacos que baixem os níveis de sódio (por ex. diuréticos, desmopressina) assim como fármacos AINEs (por ex. indometacina), os níveis séricos de sódio devem ser determinados após cerca de duas semanas e depois em intervalos mensais durante os três primeiros meses de terapia ou de acordo com a necessidade clínica. Estes factores de risco poderão aplicar-se especialmente aos doentes idosos. Para doentes medicados com oxcarbazepina quando iniciam fármacos que baixam os níveis de sódio, deve ser seguida a mesma abordagem para as determinações do sódio. Em geral, se ocorrerem sintomas clínicos sugestivos de hiponatremia durante a terapia com oxcarbazepina (ver “4. Efeitos secundários possíveis”) poderá ser considerada a determinação do sódio sérico. Outros doentes poderão ter o sódio sérico avaliado nas suas análises laboratoriais de rotina.
Todos os doentes com insuficiência cardíaca e falência cardíaca secundária devem determinar regularmente o peso para determinar a ocorrência de retenção de fluidos. Em caso de retenção de fluidos ou agravamento do problema cardíaco, o sódio sérico deve ser determinado. Se for observada hiponatremia, a restrição de água é uma importante contramedida.
Apesar de os ensaios clínicos não evidenciarem que a oxcarbazepina esteja associada com insuficiência da condução cardíaca, teoricamente, doentes com perturbações de condução preexistentes (por ex. bloqueio AV, arritmia) devem ser cuidadosamente seguidos.
Foram relatados casos muito raros de hepatite que, na maioria dos casos, se resolveram favoravelmente. Quando se suspeita de um efeito hepático, a função hepática deve ser avaliada e deve ser considerada a interrupção da oxcarbazepina.
As doentes do sexo feminino em idade fértil devem ser advertidas de que a utilização simultânea de oxcarbazepina com contraceptivos hormonais poderá tornar este tipo de contraceptivos ineficaz (ver “Ao tomar Proaxen com outros medicamentos”).
Recomenda-se a utilização de formas adicionais de contracepção não hormonais durante a utilização de Proaxen.
Deve-se ter cuidado se se tomar álcool durante a terapia com Proaxen devido a um possível efeito sedativo aditivo.
APROVADO EM 02-11-2018 INFARMED
Tal como com todos os fármacos antiepilépticos, Proaxen deve ser retirado gradualmente, de forma a minimizar o potencial aumento de frequência de crises epilépticas.
Um pequeno número de pessoas que iniciaram tratamento com antiepilépticos como o Proaxen teve pensamentos de auto-agressão e suicídio. Se a qualquer momento tiver estes pensamentos deve contactar imediatamente o seu médico.
Ao tomar Proaxen com outros medicamentos
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.
Inibição enzimática
A oxcarbazepina foi avaliada em microssomas hepáticos humanos com o objectivo de determinar a sua capacidade de inibir as principais enzimas do citocromo F responsáveis pelo metabolismo de outros fármacos. Os resultados demonstram que a oxcarbazepina e o seu metabolito farmacologicamente activo (derivado monohidroxi, DMH) inibem a CYP2C19. Assim, poderão surgir interacções quando se co- administram doses elevadas de oxcarbazepina com fármacos que são metabolizados pela CYP2C19 (por ex. fenobarbital, fenitoína, ver abaixo). Em alguns doentes tratados com oxcarbazepina e fármacos metabolizados via CYP2C19 poderá ser necessária uma redução dos fármacos co-administrados. Em microssomas hepáticos humanos, a oxcarbazepina e o DMH têm pouca ou nenhuma capacidade para actuar como inibidores das seguintes enzimas: CYP1A2, CYP2A6, CYP2C9, CYPD6, CYP2E1, CYP4A9 e CYP4A11.
Indução enzimática
A oxcarbazepina e o DMH induzem in vitro e in vivo, os citocromos CYP3A4 e CYP3A5 responsáveis pelo metabolismo dos antagonistas do cálcio dihidropiridínicos, contraceptivos orais e fármacos antiepilépticos (por ex. carbamazepina) o que resulta em concentrações plasmáticas mais baixas destes medicamentos (ver abaixo).
In vitro, o DMH é um fraco indutor da UDP-glucoronil transferase e, assim, é improvável que in vivo tenha efeito em fármacos que são eliminados principalmente por conjugação através de UDP-glucoronil transferases (por ex. ácido valpróico, lamotrigina). Mesmo considerando o fraco potencial de indução da oxcarbazepina e do DMH, poderá ser necessária uma dose maior dos fármacos usados concomitantemente que são metabolizados via CYP3A4 ou por conjugação (UDPGT). Em caso de interrupção da terapia com Proaxen, poderá ser necessária uma redução da dose da medicação concomitante.
Estudos de indução realizados com hepatócitos humanos confirmaram a oxcarbazepina e o DMH como fracos indutores das isoenzimas da sub-família 2B e 3A4CYP. O potencial de indução da oxcarbazepina/ DMH nas outras isoenzimas CYP não é conhecido.
Fármacos antiepilépticos
APROVADO EM 02-11-2018 INFARMED
Nos estudos clínicos foram avaliadas as potenciais interacções entre oxcarbazepina e outros fármacos antiepilépticos (AEs). O efeito destas interacções nas AUCs e Cmin médias está resumido na tabela seguinte.
Fármaco AE co- administrado | Influência da oxcarbazepina na concentração do fármaco AE | Influência do fármaco AE na concentração do DMH |
Carbamazepina | 0-22% de diminuição (30% de aumento de carbamazepina-epóxido) | 40% de diminuição |
Clobazan | Não estudada | Sem influência |
Felbamato | Não estudada | Sem influência |
Fenobarbital | 14-15% de aumento | 30-31% de diminuição |
Fenitoína | 0-40% de aumento | 29-35% de diminuição |
Ácido valpróico | Sem influência | 0-18% de diminuição |
In vivo, os níveis plasmáticos de fenitoína aumentaram em até 40% quando a oxcarbazepina foi administrada em doses acima de 1200 mg/dia. Assim, quando se utilizam doses de oxcarbazepina maiores que 1200 mg/dia durante a terapia adjuvante, poderá ser necessário diminuir a dose de fenitoína. No entanto, o aumento do nível de fenobarbital é pequeno (15%) quando administrado com oxcarbazepina.
Fortes indutores das enzimas do citocromo F (i.e. carbamazepina, fenitoína e fenobarbital) demonstraram diminuir os níveis plasmáticos do DMH (29-40%).
Não foi observada auto-indução com oxcarbazepina.
Contraceptivos hormonais
A oxcarbazepina demonstrou ter influência nos dois componentes, etinilestradiol (EE) e levonorgestrel (LNG), de um contraceptivo oral. Os valores de AUC médios de EE e LNG diminuíram em 48-52% e 32-52% respectivamente. Não foram realizados estudos com outros contraceptivos orais ou implantáveis. Assim, a utilização simultânea de oxcarbazepina com contraceptivos hormonais pode tornar estes contraceptivos ineficazes (ver “Tome especial cuidado com Proaxen”).
Antagonistas do cálcio
Após a co-administração repetida de oxcarbazepina, os valores de AUC da felodipina baixaram em 28%. No entanto, os níveis plasmáticos permaneceram no intervalo terapêutico recomendado.
Por outro lado, o verapamil causou uma diminuição de 20% dos níveis plasmáticos do DMH (cerca de 10% mais elevados após a co-administração repetida). Os resultados com varfarina não evidenciaram interacção quer com doses únicas quer com doses repetidas de oxcarbazepina.
Teoricamente (relação estrutural com os antidepressivos tricíclicos) não se recomenda a utilização de oxcarbazepina com inibidores da monoaminoxidase (IMAOs).
Nos ensaios clínicos foram incluídos doentes medicados com antidepressivos tricíclicos e não foram observadas interacções clinicamente significativas.
APROVADO EM 02-11-2018 INFARMED
A associação de lítio e oxcarbazepina pode provocar neurotoxicidade aumentada.
Ao tomar Proaxen com alimentos e bebidas
Os alimentos não têm efeito na taxa e extensão de absorção da oxcarbazepina, logo Proaxen pode ser tomado com ou sem alimentos.
Deve-se ter cuidado se se tomar álcool durante a terapia com Proaxen devido a um possível efeito sedativo aditivo.
Gravidez e aleitamento
Consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Gravidez
Todas as mulheres em idade fértil (com possibilidade de engravidar) deverão receber aconselhamento médico especializado antes de iniciarem o tratamento, devido ao aumento do risco de malformações congénitas.
O tratamento com medicamentos antiepilépticos deverá ser reavaliado sempre que a mulher pretenda engravidar.
O risco de malformações congénitas é 2 a 3 vezes maior nos descendentes de grávidas medicadas com antiepilépticos. As malformações mais frequentes são dos lábios e cavidade oral, aparelho cardiovascular e tubo neural.
O tratamento com vários medicamentos antiepilépticos (politerapia) poderá estar associado a um maior risco de malformações congénitas relativamente ao tratamento com um único medicamento (monoterapia). Sempre que possível deverá ser utilizado um regime de medicamento único (monoterapia).
O tratamento com antiepilépticos não deverá ser interrompido subitamente uma vez que pode aumentar o risco de crises epilépticas com consequências graves para a mãe e/ou para o feto.
Aleitamento
A oxcarbazepina e o seu metabolito activo (DMH) são excretados no leite materno humano. A razão entre a concentração no leite e no plasma foi de 0,5, tanto para a oxcarbazepina como para o DMH. Os efeitos no lactente exposto à oxcarbazepina por esta via são desconhecidos. Assim, a oxcarbazepina não deve ser usada durante a amamentação.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Dado que a maior parte dos efeitos indesejáveis envolve o Sistema Nervoso Central, Proaxen poderá, eventualmente, interferir na capacidade de condução e utilização de máquinas.
APROVADO EM 02-11-2018 INFARMED