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se tem alergia à ticlopidina ou a qualquer outro componente deste medicamento (indicados na secção 6).
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se sofre ou já sofreu de leucopenia, trombopenia (incluindo púrpura trombocitopénica trombótica - PTT), anemia aplástica ou agranulocitose; diáteses hemorrágicas e hemopatias que comportem um aumento do tempo de hemorragia; lesões orgânicas suscetíveis de hemorragia (úlceras do aparelho gastrintestinal, varizes esofágicas, etc.); acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos em fase aguda; hepatopatias graves.
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na prevenção primária de trombose em indivíduos saudáveis.
Advertências e precauções
Fale com o seu médico ou farmacêutico antes de tomar Aplaket.
Os tienopiridínicos (clopidogrel, prasugrel e ticlopidina) podem causar reações alérgicas suaves a graves, tais como: erupção cutânea, angioedema, trombocitopenia e neutropenia. Estudos observacionais e os dados de vigilância pós- comercialização destacaram a possibilidade de ocorrência de uma reatividade cruzada entre tienopiridinícos. Os doentes que desenvolvem uma reação alérgica (por exemplo, hematológica ou reações cutâneas) ao clopidogrel podem ter um risco aumentado de desenvolver a mesma ou outra reação alérgica a um outro medicamento da mesma classe farmacológica, ticlopidina ou prasugrel. É recomendado a monitorização de sinais de hipersensibilidade em doentes com alergia conhecida a tienoporidínicos.
Durante o tratamento com ticlopidina podem ocorrer reações adversas hematológicas graves, incluindo neutropenia/agranulocitose e PTT.
Estas reações podem ocorrer poucos dias após o início da terapêutica. A PTT pode ocorrer até às 3 a 4 semanas de tratamento e a neutropenia até às 4 a 6 semanas, diminuindo a incidência a partir deste período.
Não sendo possível prever com segurança o aparecimento de reações adversas hematológicas é necessária uma monitorização hematológica e clínica durante os primeiros três meses de tratamento para identificar qualquer possível sinal de neutropenia ou PTT. A terapêutica com ticlopidina deve ser imediatamente interrompida assim que seja observada qualquer evidência de discrasia sanguínea.
Reações Adversas Hematológicas:
Neutropenia:
A neutropenia pode ocorrer subitamente. O mielograma, nos casos típicos, mostra uma redução das células precursoras mieloides. Após a suspensão de ticlopidina a contagem de neutrófilos aumenta, vulgarmente, para valores superiores a 1200/mm3 dentro de 1 a 3 semanas.
Trombocitopenia:
Raramente pode ocorrer trombocitopenia, isolada ou associada a neutropenia. Fúrpura Trombocitopénica Trombótica:
É caracterizada por trombocitopenia, anemia hemolítica (observação de esquisócitos: glóbulos vermelhos fragmentados), alterações neurológicas, incluindo défice focal, convulsões ou coma, insuficiência renal com níveis de creatinina sérica elevados e febre. Os sinais e sintomas podem ocorrer em qualquer ordem; os sintomas clínicos em particular, podem preceder em algumas horas ou dias as alterações dos testes laboratoriais.
O tratamento atempado leva muitas vezes à recuperação total ou com sequelas mínimas.
Monitorização das reações adversas hematológicas:
A terapêutica com ticlopidina obriga à monitorização antes do início do tratamento e de duas em duas semanas durante os três primeiros meses. Devido à semivida plasmática da ticlopidina é necessária a monitorização durante as duas semanas seguintes à interrupção do fármaco.
Nos doentes em que se verifiquem sinais clínicos (ex.: sinais ou sintomas sugestivos de infeção) ou sinais laboratoriais (ex.: contagem de neutrófilos inferior a 70%, diminuição do hematócrito ou da contagem de plaquetas) é necessário uma monitorização mais apertada e continuada até restabelecimento dos parâmetros hematológicos.
Monitorização clínica:
A febre é um sinal clínico sugestivo de neutropenia ou PTT. Outros sinais sugestivos de PTT são: astenia, palidez, petéquias ou púrpura, urina escura (presença de sangue, pigmentos biliares ou hemoglobina), icterícia e convulsões.
Os doentes devem ser adequadamente esclarecidos sobre a possibilidade de desenvolverem toxicidade hematológica nas primeiras semanas de tratamento. Se ocorrer qualquer um dos sinais ou sintomas acima referidos, devem interromper de imediato a terapêutica e contactar o médico assistente.
Monitorização laboratorial:
A monitorização laboratorial deve incluir os seguintes parâmetros:
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Hemograma completo, com especial atenção para o número absoluto de neutrófilos, contagem de plaquetas e elementos figurados (esquisócitos);
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Hemoglobina;
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Creatinina sérica.
Ocasionalmente pode ocorrer trombocitopenia associada à ticlopidina, sendo necessário distingui-la da relacionada com PTT. Uma diminuição aguda da hemoglobina e da contagem de plaquetas deve ser imediatamente investigada para diagnóstico de PTT. A observação de esquisócitos no esfregaço sanguíneo é presuntiva de PTT.
O tratamento com ticlopidina deve ser interrompido se houver sinais laboratoriais de PTT ou se a contagem de neutrófilos for inferior a 1200/mm3.
Podem ocorrer efeitos indesejáveis hematológicos e hemorrágicos. Estes podem ser graves, tendo já sido observados desfechos fatais. (ver secção 4.)
Estes efeitos graves podem estar associados a:
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Monitorização inadequada, diagnóstico tardio e medidas terapêuticas de correção inadequadas;
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Administração concomitante de anticoagulantes ou outros anti-agregantes plaquetários, tais como o ácido acetilsalicílico e os AINEs. No entanto, no caso de um
implante STENT, a ticlopidina deve ser associada ao ácido acetilsalicílico (100 a 325 mg/dia), durante cerca de 1 mês após o implante.
É ESSENCIAL QUE AS INDICAÇÕES, PRECAUÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA TICLOPIDINA SEJAM ESTRITAMENTE RESPEITADAS.
A ticlopidina deve ser administrada com prudência a doentes suscetíveis a síndromes hemorrágicos.
O fármaco não deve ser administrado em associação com as heparinas, os anticoagulantes orais e outros antiagregantes plaquetários, contudo em casos excecionais de administração concomitante deve ser assegurada uma monitorização clínica e laboratorial sistemática.
Em doentes sujeitos a cirurgia eletiva, o tratamento deve ser, sempre que possível suspenso pelo menos 10 dias antes da cirurgia.
Numa situação de emergência cirúrgica, numa tentativa de minimizar o risco hemorrágico, bem como o prolongamento do tempo de hemorragia, podem ser utilizados 3 meios, isolados ou conjuntamente: administração de 0,5 a 1 mg/Kg de
metilprednisolona I.V., renováveis; desmopressina 0,2 a 0,4 ∝g/Kg e a transfusão de plaquetas.
Sendo a ticlopidina extensivamente metabolizada pelo fígado, o fármaco deve ser empregue com precaução nos doentes com insuficiência hepática, devendo o tratamento ser suspenso nos doentes que desenvolvam alterações da função hepática (quadro de hepatite ou icterícia) e deverá ser iniciada de imediato, investigação para esclarecimento da situação. A reexposição à ticlopidina deverá ser evitada.
Outros medicamentos e Aplaket
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.
Deve ser evitada a administração concomitante com os seguintes fármacos:
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Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs),
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Antiagregantes plaquetários,
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Anticoagulantes orais (é necessário a medição mais frequente do INR),
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Heparinas (no caso de heparinas não-fracionadas, é necessário a medição mais frequente do APTT),
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Salicilatos,
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Fármacos potencialmente mielotóxicos.
Deve também ser evitada a administração concomitante com os seguintes fármacos:
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Teofilina: a ticlopidina aumenta os níveis plasmáticos da teofilina. Se for indispensável a administração concomitante, os níveis plasmáticos de teofilina devem ser monitorizados regularmente. Se necessário, a dose de teofilina deve ser ajustada, durante e após o tratamento com ticlopidina;
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Digoxina: os níveis plasmáticos de digoxina estão ligeiramente diminuídos (aproximadamente 15%);
- Ciclosporina: a administração concomitante pode reduzir os níveis sanguíneos de ciclosporina, assim, se for administrada concomitantemente os níveis sanguíneos de ciclosporina devem ser monitorizados.
Deve especificamente informar o seu médico se tomar:
- Um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (incluindo mas não se restringindo à fluoxetina ou fluvoxamina), medicamentos normalmente usados para tratar a depressão;
- Pentoxifilina, um medicamento usado para a fraca circulação nos braços e nas pernas.
É necessário precaução quando administrado com os seguintes fármacos:
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Antiácidos: redução, em cerca de 20%, da extensão de absorção da ticlopidina;
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Cimetidina: redução, em cerca de 50%, da clearance da ticlopidina;
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Fenitoína: em alguns casos, a administração concomitante da fenitoína com teofilina resultou numa elevação dos níveis de fenitoína e toxicidade por fenitoína. É recomendado a monitorização dos níveis sanguíneos de fenitoína.
O tratamento prolongado com fenobarbital não tem influência no efeito inibitório da agregação plaquetária da ticlopidina em indivíduos saudáveis.
Não foram reportadas interações clinicamente significativas durante a administração concomitante de ticlopidina com beta-bloqueantes, inibidores dos canais de cálcio e diuréticos.
Gravidez e amamentação
Se está grávida ou a amamentar, se pensa estar grávida ou planeia engravidar, consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento.
Se estiver grávida ou a amamentar, não deve tomar Aplaket.
Condução de veículos e utilização de máquinas
Se estiver a tomar Aplaket não há inconveniente em conduzir ou utilizar máquinas porque este medicamento não afeta os seus reflexos. No entanto, é recomendada precaução se forem experienciadas sensações de franqueza, letargia, zumbidos e vertigens.
Aplaket contém sacarose e lactose mono-hidratada. Se foi informado pelo seu médico que tem intolerância a alguns açúcares, contacte-o antes de tomar este medicamento.
Aplaket contém sódio. Este medicamento contém menos do que 1 mmol (23 mg) de sódio por comprimido, ou seja, é praticamente “isento de sódio”.