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se tem alergia ao midazolam (sob a forma de cloridrato de midazolam) ou a qualquer outro componente deste medicamento (indicados na secção 6).
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em caso de hipersensibilidade às benzodiazepinas.
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para a sedação consciente em doentes com insuficiência respiratória grave ou depressão respiratória aguda.
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não deverá ser administrado a recém-nascidos.
Advertências e precauções
Fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro antes de utilizar Midazolam Labesfal.
O midazolam só deverá ser utilizado quando existirem condições para a prática de técnicas de reanimação, adequadas à idade e tamanho do doente, uma vez que a administração intravenosa de midazolam pode deprimir a contractilidade do miocárdio e causar apneia. Em ocasiões raras, ocorreram acontecimentos adversos graves do foro cardiorespiratório, incluindo depressão respiratória, apneia, paragem respiratória e/ou paragem cardíaca. Estes incidentes que põem a vida em risco ocorrem com maior probabilidade quando a injeção é administrada com demasiada rapidez, ou quando é administrada uma dose elevada.
Os doentes pediátricos com idade inferior a 6 meses são particularmente vulneráveis à obstrução das vias aéreas e à hipoventilação, pelo que é essencial uma titulação com pequenos incrementos até à obtenção do efeito clínico e uma monitorização cuidadosa da frequência respiratória e da saturação em oxigénio.
Deve ser tida especial precaução ao administrar-se midazolam a doentes de alto risco:
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adultos com idade superior a 60 anos;
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doentes crónicos ou debilitados, por ex.:
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doentes com insuficiência respiratória crónica,
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doentes com insuficiência renal crónica, insuficiência hepática ou com insuficiência cardíaca
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doentes pediátricos, particularmente os doentes com instabilidade cardiovascular.
Estes doentes de alto risco requerem doses mais baixas (ver secção 3, "Como utilizar Midazolam Labesfal") e vigilância constante dos sintomas precoces de alteração das funções vitais.
As benzodiazepinas devem ser utilizadas com extrema precaução em doentes com história clínica de dependência do álcool ou abuso de drogas.
À semelhança do que acontece com outros fármacos com propriedades depressoras do sistema nervoso central e/ou relaxantes musculares deve ter-se especial precaução aquando da administração de midazolam a doentes com miastenia gravis.
Tolerância
Foi relatada alguma perda de eficácia quando o midazolam foi utilizado na sedação prolongada na unidade de cuidados intensivos (UCI).
Dependência
Quando o midazolam é utilizado na sedação prolongada na UCI, deve ter-se em consideração a possibilidade de desenvolvimento de dependência do midazolam. O risco de dependência aumenta com a dose e com a duração do tratamento.
Sintomas de privação
Durante o tratamento prolongado com midazolam na UCI, pode desenvolver-se dependência física. Assim a suspensão abrupta do tratamento far-se-à acompanhar de sintomas de privação. Podem ocorrer os seguintes sintomas: cefaleias, dores musculares, ansiedade, tensão, inquietude, confusão, irritabilidade, insónia rebound, alterações de humor, alucinações e convulsões. Uma vez que o risco de surgirem sintomas de privação é maior após descontinuação abrupta do tratamento, recomenda-se a diminuição gradual da dose.
Amnésia
O midazolam causa amnésia anterógrada (por vezes este efeito é muito desejável, particularmente a amnésia antes e durante a intervenção cirúrgica ou de diagnóstico), cuja duração está diretamente relacionada com a dose administrada. A amnésia prolongada pode constituir um problema para os doentes em ambulatório, para os quais se prevê alta após a intervenção. Após administração de midazolam por via parentérica, o doente só deverá ter alta do hospital ou do consultório, se sair acompanhado.
Reações paradoxais
Tem sido relatada a ocorrência de reações paradoxais com o midazolam tais como agitação, movimentos involuntários (incluindo convulsões tónico-clónicas e tremor muscular), hiperatividade, hostilidade, crises de fúria, agressividade, excitação paroxística e agressão. Estas reações podem ocorrer com doses elevadas e/ou quando a injeção é administrada rapidamente. A maior incidência destas reações foi reportada entre as crianças e os idosos.
Eliminação prolongada do midazolam
A eliminação do fármaco pode ser alterada em doentes que estejam a receber compostos que inibam ou induzam o CYP3A4 (ver secção 2,"Outros medicamentos e Midazolam Labesfal").
A eliminação de midazolam pode também ser prolongada em doentes com disfunção hepática, baixo débito cardíaco e em recém-nascidos.
Outros medicamentos e Midazolam Labesfal
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a utilizar, tiver utilizado recentemente, ou se vier a utilizar outros medicamentos.
O metabolismo do midazolam é quase exclusivamente mediado pelo isoenzima CYP3A4do citocromo F (CYP450). Os inibidores (ver secção 2, “Advertências e precauções”) e indutores do CYP3A4 e também outras substâncias ativas (ver abaixo), podem ocasionar interações medicamentosas com o midazolam.
Uma vez que o midazolam sofre um significativo efeito de primeira passagem, o midazolam administrado por via parentérica será, teoricamente, menos afetado pelas interações metabólicas e as consequências clínicas relevantes serão limitadas.
Itraconazol e fluconazol e cetoconazol
A administração concomitante de midazolam e de alguns antifúngicos azol (itraconazol, fluconazol, e cetoconazol) aumentou marcadamente a concentração plasmática de midazolam, prolongou a semivida de eliminação e conduziu a um maior comprometimento dos resultados dos testes de avaliação da psicosedação. As semividas de eliminação aumentaram, aproximadamente, de 3 para 8 horas.
Quando se administrou uma dose única de midazolam em bólus para uma sedação de curta duração, o efeito de midazolam não foi aumentado nem prolongado de forma clinicamente significativa pelo itraconazol, pelo que não é necessária uma redução da dose. No entanto, a administração de doses mais elevadas ou de perfusões de longa duração de midazolam a doentes em tratamento com itraconazol, fluconazol ou cetoconazol, por ex., em tratamentos nos cuidados intensivos, pode resultar em efeitos hipnóticos prolongados, num possível atraso da recuperação e numa possível depressão respiratória, o que exige o ajuste da dose.
Verapamil e diltiazem
Não existem estudos de interação in vivo disponíveis com o midazolam administrado por via intravenosa e o verapamil ou o diltiazem.
No entanto, como esperado, a farmacocinética do midazolam administrado por via oral varia de um modo clinicamente significativo quando este é associado a estes bloqueadores dos canais de cálcio, designadamente com valores de semivida e de concentração plasmática máxima de quase o dobro, resultando num desempenho fortemente reduzido nos testes de avaliação da função cognitiva e da coordenação e dando origem a uma sedação profunda. Quando se utiliza o midazolam por via oral, um ajuste de dose é normalmente recomendado. Apesar de não ser esperada nenhuma interação clinicamente significativa utilizando midazolam em sedação de curta duração, deve ter-se cuidado, se o midazolam, administrado por via intravenosa, for administrado concomitantemente com verapamil ou diltiazem.
Antibióticos macrólidos: Eritromicina e Claritromicina
A administração concomitante de midazolam por via oral e eritromicina ou claritromicina aumentou significativamente a AUC de midazolam em cerca de 4 vezes,
e mais do que duplicou a semivida de eliminação do midazolam, dependendo do estudo. Foram observadas alterações marcadas nos testes de avaliação psicomotora e é aconselhável um ajuste da dose de midazolam, se este for administrado oralmente, devido a uma recuperação significativamente mais lenta.
Quando se administrou uma única dose de midazolam em bólus, para sedação de curta duração, o efeito do midazolam não aumentou nem se prolongou de forma clinicamente significativa pela eritromicina, apesar de se ter registado uma diminuição significativa na depuração plasmática. Deve ter-se cuidado na administração intravenosa do midazolam concomitantemente com eritromicina ou claritromicina. Não foi registada nenhuma interação clinicamente significativa entre o midazolam e outros antibióticos macrólidos.
Cimetidina e Ranitidina
A administração concomitante de midazolam intravenoso e cimetidina (em doses iguais ou superiores a 800 mg/dia) aumentou ligeiramente a concentração plasmática no estado de equilíbrio do midazolam, o que possivelmente poderá levar a uma recuperação mais tardia, enquanto que a coadministração de ranitidina não provocou nenhum efeito.
A cimetidina e a ranitidina não afetam o perfil farmacocinético do midazolam administrado por via oral. Estes dados indicam que o midazolam pode ser administrado por via intravenosa em associação com as doses usuais de cimetidina (i.e. 400 mg/dia) ou ranitidina sem necessidade de ajuste posológico.
Saquinavir
A coadministração de uma dose única de 0,05 mg/kg de midazolam por via intravenosa, 3 a 5 dias após a administração de saquinavir (1200 mg três vezes por dia) a 12 voluntários saudáveis diminui a depuração do midazolam em cerca de 56% e aumentou a semivida de eliminação de 4,1 para 9,5 horas. Apenas os efeitos subjetivos do midazolam (escalas visuais análogas com a designação "efeito cumulativo do fármaco") foram intensificados pelo saquinavir.
Assim, o midazolam em dose única por bólus intravenoso pode ser administrado em associação com o saquinavir. No entanto, para evitar um atraso na recuperação, recomenda-se uma redução da dose total do midazolam administrado em perfusão prolongada (ver secção 2, “Advertências e precauções”).
Outros inibidores da protease: ritonavir; indinavir;nelfinavir e amprenavir
Não existem estudos de interação in vivo disponíveis realizados com midazolam, administrado por via intravenosa e outros inibidores da protease. Considerando que o saquinavir tem, entre todos os inibidores da protease, o menor potencial inibitório do CYP3A4, o midazolam deverá ser sistematicamente reduzido no decurso de perfusões prolongadas, quando administrado em associação com inibidores da protease, à exceção do saquinavir.
Depressores do SNC
Outros fármacos sedativos podem potenciar os efeitos do midazolam.
As classes farmacológicas de depressores do SNC incluem os opiáceos (quando utilizados como analgésicos, antitússicos ou tratamentos de substituição), os antipsicóticos, outras benzodiazepinas utilizadas como ansiolíticos ou hipnóticos, o fenobarbital, os antidepressivos sedativos, os anti-histamínicos e os fármacos anti- hipertensores de ação central.
Deverá ter-se em consideração a ocorrência de sedação adicional quando o midazolam é administrado em associação com outros fármacos sedativos.
Além disso, deverá monitorizar-se em especial o aumento adicional da depressão respiratória em caso de tratamento concomitante com opiáceos, fenobarbital ou benzodiazepinas.
A utilização concomitante de midazolam e opioides (analgésicos fortes, medicamentos para terapia de substituição e alguns medicamentos para a tosse) aumenta o risco de sonolência, dificuldades em respirar (depressão respiratória), coma e pode ser potencialmente fatal. Por este motivo, a utilização concomitante só deve ser apenas considerada quando não são possíveis outras opções de tratamento.
No entanto, se o seu médico prescrever midazolam com opioides, a dose e a duração do tratamento concomitante devem ser limitadas pelo seu médico.
Informe o seu médico sobre todos os medicamentos opioides que estiver a tomar e siga atentamente as recomendações de dose indicadas pelo seu médico. Poderá ser útil informar os seus amigos ou parentes a estarem atentos aos sinais e sintomas acima indicados. Consulte o seu médico quando sentir esses sintomas.
A administração intravenosa (IV) de midazolam reduz a concentração alveolar mínima (CAM) de anestésicos para inalação destinados à anestesia geral.
Midazolam Labesfal com alimentos, bebidas e álcool
O álcool pode influenciar o efeito sedativo do midazolam. Deve evitar-se vigorosamente a ingestão de álcool, no caso de administração de midazolam.
Gravidez, amamentação e fertilidade
Se está grávida ou a amamentar, se pensa estar grávida ou planeia engravidar, consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento.
Gravidez
Não existem dados suficientes sobre o midazolam que permitam avaliar a segurança da administração durante a gravidez.
Estudos realizados no animal não revelam efeitos teratogénicos, mas foi observada fetotoxicidade, tal como acontece com as outras benzodiazepinas. Não existem dados disponíveis sobre a exposição durante os dois primeiros trimestres da gravidez. Quando se administraram doses elevadas de midazolam no último trimestre de gravidez, durante o parto ou quando este foi utilizado como agente indutor de anestesia
para cesarianas, registaram-se efeitos adversos, maternos e fetais (risco de aspiração na mãe, irregularidades no ritmo cardíaco do feto, hipotonia, dificuldade de sucção, hipotermia e depressão respiratória no recém-nascido).
Além disso, as crianças cujas mães tenham feito tratamento prolongado com benzodiazepinas durante o período final da gravidez podem desenvolver dependência física e apresentar algum risco de desenvolverem sintomas de privação no período pós- natal.
Consequentemente, o midazolam não deve ser utilizado durante a gravidez exceto quando estritamente necessário. É preferível evitar a sua utilização na cesariana. O risco para o recém nascido deve ser tido em conta no caso de administração de
midazolam em qualquer intervenção cirúrgica próxima do final do tempo de gestação.
Amamentação
O midazolam passa para o leite materno em pequena quantidade. As mães que amamentam devem ser aconselhadas a suspender o aleitamento nas 24 horas seguintes à administração de midazolam.
Condução de veículos e utilização de máquinas
A sedação, amnésia, diminuição da concentração e a diminuição da capacidade muscular podem afetar de forma adversa a capacidade para conduzir e utilizar máquinas. Antes da administração de midazolam, os doentes devem ser avisados de que não podem conduzir nem operar máquinas até completa recuperação. O médico deve decidir em que altura estas atividades podem ser retomadas. Recomenda-se que o doente seja acompanhado no seu regresso a casa após obtenção de alta.
Midazolam Labesfal contém sódio
Este medicamento contém menos do que 1 mmol (23 mg) de sódio por ampola de 3 ml, ou seja, é praticamente "isento de sódio".
Este medicamento contém 31,6 mg de sódio (principal componente de sal de cozinha/sal de mesa) em cada ampola de 10 ml. Isto é equivalente a 1,6% da ingestão diária máxima de sódio recomendada na dieta para um adulto.
Midazolam Labesfal contém álcool benzílico
Este medicamento contém 31,2 mg de álcool benzílico em cada ampola de 3 ml e 104 mg de álcool benzílico em cada ampola de 10 ml, equivalente a 10,4 mg por ml.
O álcool benzílico pode causar reações alérgicas.
Não utilize durante mais do que uma semana em crianças pequenas (menos do que 3 anos de idade), a menos que aconselhado pelo seu médico ou farmacêutico. Consulte o seu médico ou farmacêutico se está grávida ou a amamentar. Isto porque
podem acumular-se grandes quantidades de álcool benzílico no seu corpo e pode causar efeitos indesejáveis ("acidose metabólica").
Consulte o seu médico ou farmacêutico se tiver uma doença de fígado ou rins. Isto porque podem acumular-se grandes quantidades de álcool benzílico no seu corpo e pode causar efeitos indesejáveis ("acidose metabólica").
3. Como utilizar Midazolam Labesfal
Utilize este medicamento exatamente como indicado pelo seu médico ou farmacêutico. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas.
Posologia habitual
O midazolam é um fármaco sedativo potente que requer titulação e administração lenta. Recomenda-se vivamente a titulação para se obter o nível de sedação pretendido de uma forma segura, de acordo com a necessidade clínica, o estado físico, a idade e a medicação concomitante. Em adultos com mais de 60 anos de idade, em doentes com doença crónica ou debilitados e em doentes pediátricos, a dose tem de ser cuidadosamente definida, tendo em consideração os fatores associados a cada doente. No quadro seguinte indicam-se as posologias habituais.
Informações detalhadas são fornecidas no texto seguinte ao quadro.
Indicação | Adultos < 60 anos | Adultos 3 60 anos/ com doença crónica ou debilitados | Crianças |
Sedação consciente | IV Dose inicial: 2-2,5 mg Doses de titulação: 1 mg Dose total: 3,5-7,5 mg | IV Dose inicial: 0,5-1 mg Doses de titulação: 0,5-1 mg Dose total: <3,5 mg | IV em doentes com 6 meses - 5 anos de idade Doses inicial: 0,05- 0,1 mg/kg Dose total: <6 mg IV em doentes com 6-12 anos Dose inicial: 0,025- 0,05 mg/kg Dose total:< 10 mg |
Indução da anestesia | IV 0,15-0,2 mg/kg (0,3- 0,35 sem pré- medicação) | IV 0,1-0,2 mg/kg (0,15- 0,3 sem pré- medicação) | |
Componente sedativo em anestesia combinada | IV doses intermitentes de 0,03-0,1 mg/kg ou perfusão contínua de 0,03-0,1 mg/kg/h | IV doses inferiores às recomendadas para adultos < 60 anos | |
Sedação na UCI | IV Dose de carga: 0,03-0,3 de 1-2,5 mg Dose de manutenção: | mg/kg com aumentos 0,03-0,2 mg/kg/h | IV em doentes > 6 meses Dose de carga: 0,05- 0,2 mg/kg Dose de manutenção: 0,06-0,12 mg/kg/h |
POSOLOGIA NA SEDAÇÃO CONSCIENTE
Para a sedação consciente antes de intervenções de diagnóstico ou cirúrgicas o midazolam é administrado por via intravenosa. A dose tem de ser individualizada e titulada e não deverá ser administrada por injeção rápida nem em bólus único. O início da sedação pode variar individualmente, dependendo do estado físico do doente e das circunstâncias em que é feita a administração (por ex. velocidade de administração, dose administrada). Caso seja necessário, podem ser administradas doses subsequentes de acordo com as necessidade individuais. O início de ação ocorre cerca de 2 minutos após a administração da injeção. O efeito máximo é obtido em cerca de 5 a 10 minutos.
· Adultos
A injeção IV de midazolam deve ser administrada lentamente a uma velocidade de 1 mg por 30 segundos, aproximadamente. No adulto com idade inferior a 60 anos a
dose inicial é de 2 a 2,5 mg administrada 5-10 minutos antes do início da intervenção. Posteriormente, podem ser administradas, doses adicionais de 1 mg. Verificou-se que, em média, a dose total varia entre 3,5-7,5 mg. Geralmente, não é necessária uma dose total superior a 5 mg. No adulto com mais de 60 anos de idade, em doentes com doença crónica ou debilitados, deve começar-se por administrar uma dose de 0,5 a 1 mg. Posteriormente, podem ser administradas doses adicionais de 0,5-1 mg, caso seja necessário. Geralmente não é necessária uma dose total superior a 3,5 mg.
· Utilização em crianças
Administração intravenosa: o midazolam deve ser titulado lentamente até obtenção do efeito clínico desejado. A dose inicial de midazolam deve ser administrada durante 2 a 3 minutos. Deve aguardar-se mais 2 a 5 minutos para uma completa avaliação do efeito sedativo antes de se iniciar a intervenção ou de se repetir a dose. Caso seja necessária sedação adicional, continua-se a titulação com pequenos incrementos de dose até atingir o grau de sedação pretendido.
Os bebés e as crianças com menos de 5 anos de idade podem precisar de doses substancialmente mais elevadas (mg/kg) do que as crianças mais velhas e os adolescentes.
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Doentes pediátricos com menos de 6 meses de idade: os doentes pediátricos com menos de 6 meses de idade são particularmente vulneráveis à obstrução das vias respiratórias e à hipoventilação, pelo que não se recomenda a utilização da sedação consciente em crianças com idade inferior a 6 meses.
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Doentes pediátricos com idade entre os 6 meses e 5 anos: a dose inicial é de 0,05 a 0,1 mg/kg. Pode ser necessária uma dose total até 0,6 mg/kg para atingir o efeito desejado, mas a dose total não deverá exceder 6 mg. As doses mais elevadas podem estar associadas a sedação prolongada e a risco de ocorrência de hipoventilação.
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Doentes pediátricos com idade entre os 6 e os 12 anos: a dose inicial de 0,025 a
0,05 mg/kg. Pode ser necessária uma dose total até 0,4 mg/kg, até um máximo de 10mg.
As doses mais elevadas podem estar associadas a sedação prolongada e a risco de ocorrência de hipoventilação.
- Doentes pediátricos com idade entre os 12 e os 16 anos: deverão ser tratados com as doses aplicáveis aos adultos.
INDUÇÃO DA ANESTESIA
· Adultos
Se o midazolam for utilizado na indução da anestesia antes da administração de outros fármacos anestésicos, a resposta individual é variável. A dose deve ser titulada até ao efeito desejado, de acordo com a idade e o estado clínico do doente. Quando o midazolam é utilizado antes ou em associação com outros fármacos indutores de anestesia, administrados por via intravenosa ou inalatória, a dose inicial de cada fármaco deverá ser reduzida significativamente. O grau de anestesia desejado é atingido por titulação seriada.
A dose de midazolam administrada por via intravenosa para indução da anestesia deve ser administrada lentamente em pequenas doses parciais. Cada uma dessas doses (não superior a 5 mg) deve ser injetada durante cerca de 20 a 30 segundos, aguardando-se 2 minutos entre as sucessivas doses.
Em adultos, com idade inferior a 60 anos, é normalmente suficiente uma dose de 0,15 a 0,2 mg/kg administrada por via intravenosa.
Em doentes sem pré-medicação com idade inferior a 60 anos, a dose pode ser superior (0,3 a 0,35 mg/kg IV). Se for necessário completar a indução podem ser utilizadas pequenas doses de aproximadamente 25% da dose inicial determinada para o doente. A indução pode, em alternativa, ser completada com anestésicos para inalação. Em casos resistentes, pode ser utilizada uma dose total até 0,6 mg/kg para a indução, mas doses tão elevadas podem prolongar o período de recuperação.
Em adultos com mais de 60 anos de idade, em doentes crónicos ou debilitados, a dose é de 0,1 a 0,2 mg/kg administrada por via intravenosa. Normalmente, adultos com mais de 60 anos de idade, não pré-medicados, requerem uma quantidade superior de midazolam para indução, recomendando-se uma dose inicial de 0,15 a 0,3 mg/kg. Doentes não pré-medicados, com doença sistémica grave ou outra patologia debilitante, normalmente requerem uma dose inferior de midazolam para a indução. Habitualmente, é suficiente uma dose inicial de 0,15 a 0,25 mg/kg.
COMPONENTE SEDATIVO EM ANESTESIA COMBINADA
· Adultos
O midazolam pode ser administrado como componente sedativo em anestesia combinada quer em pequenas doses (entre 0,03 e 0,1 mg/kg/h), administradas intermitentemente por via intravenosa, quer por perfusão intravenosa contínua (variando entre 0,03 e 0,1 mg/kg/hora) tipicamente em associação com analgésicos. A dose e os intervalos entre as doses variam com a reação individual do doente. Em
adultos com mais de 60 anos de idade, os doentes crónicos ou debilitados, as doses de manutenção necessárias serão inferiores.
SEDAÇÃO EM UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS
O grau de sedação desejado é obtido por titulação do midazolam seguida de perfusão contínua ou bólus intermitente, de acordo com a necessidade clínica, o estado físico, a idade e a medicação concomitante (ver secção 2, "Outros medicamentos e Midazolam Labesfal").
· Adultos
Dose de carga intravenosa: 0,03 a 0,3 mg/kg administrada lentamente, repartida em pequenas doses.
Cada dose de 1-2,5 mg deve ser injetado durante 20-30 segundos, aguardando 2 minutos entre doses sucessivas. Em doentes hipovolémicos, com vasoconstrição ou hipotérmicos, a dose de carga deve ser reduzida ou omitida.
Quando se utiliza midazolam associado a analgésicos potentes, estes devem ser administrados, em primeiro lugar, para que o efeito sedativo do midazolam possa ser titulado com segurança na presença de eventual sedação causada pelo analgésico.
Dose de manutenção intravenosa: as doses podem variar entre 0,03-0,2 mg/kg/h. Em doentes hipovolémicos, com vasoconstrição ou hipotérmicos, a dose de indução deve ser reduzida.
O grau de sedação deve ser avaliado regularmente. Em sedação prolongada, poderá desenvolver-se tolerância e a dose poderá ter que ser aumentada.
Utilização em crianças
· Crianças com mais de 6 meses de idade
Em doentes pediátricos entubados e ventilados, deve administrar-se lentamente uma dose de carga de 0,05-0,2 mg/kg por via intravenosa durante pelo menos 2 a 3 minutos, para estabelecer o efeito clínico desejado.
O midazolam não deve ser administrado em dose intravenosa rápida.
A dose de carga é seguida por uma perfusão IV contínua de 0,06-0,12 mg/kg/h (1 a 2 microgramas/kg/min). A velocidade de perfusão pode ser aumentada ou diminuída
(geralmente em 25% da velocidade de perfusão inicial ou subsequente) de acordo com o requerido, ou podem ser administradas doses suplementares de midazolam por via IV para aumentar ou manter o efeito desejado.
Ao iniciar uma perfusão de midazolam em doentes com comprometimento hemodinâmico, a dose de carga habitual deve ser titulada gradualmente, e o doente monitorizado relativamente à instabilidade hemodinâmica, por exemplo hipotensão. Estes doentes são igualmente vulneráveis aos efeitos depressores respiratórios do midazolam, requerendo monitorização cuidadosa da taxa respiratória e da saturação em oxigénio.
Se utilizar mais Midazolam Labesfal do que deveria
Sintomas
Os sintomas de sobredosagem consistem principalmente na intensificação dos efeitos farmacológicos: sonolência, confusão mental, letargia e relaxamento muscular ou excitação paradoxal. Os sintomas mais graves são perda de reflexos, hipotensão, depressão cardiorespiratória, apneia e coma.
Tratamento
Na maior parte dos casos, só é necessária a monitorização das funções vitais. No tratamento da sobredosagem deverá ser dada especial atenção às funções respiratória e cardiovascular, na unidade de cuidados intensivos.
O antagonista das benzodiazepinas, flumazenil, está indicado em caso de intoxicações graves acompanhadas de coma ou depressão respiratória. A utilização de flumazenil deve revestir-se de precauções nos casos de sobredosagem com múltiplos agentes e em doentes epiléticos tratados previamente com benzodiazepinas. O flumazenil não deve ser utilizado em doentes medicados com fármacos antidepressivos tricíclicos, fármacos epileptogénicos ou em doentes com anomalias no ECG (prolongamento do QT ou do QRS).
Caso se tenha esquecido de utilizar Midazolam Labesfal
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro.