Como todos os demais medicamentos, Verzatec pode causar efeitos secundários, no entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.
Tensão arterial
Sobretudo no início do tratamento e em consequência abaixamento da tensão arterial, (mesmo se apenas até ao nível desejado), podem ocorrer sintomas tais como alterações do equilíbrio, por vezes acompanhado por perturbações da concentração e das reacções, fadiga, fraqueza e tonturas. Outros sintomas, incluindo taquicardia (aumento da frequência das pulsações do coração), palpitações, perturbações da regulação ortostática (desequilíbrio na posição de pé), náuseas, suores, zumbidos, perturbações da audição, cefaleias, ansiedade e sonolência podem ocorrer devido a uma redução excessiva da tensão arterial, que pode levar à síncope. Em casos raros, podem ocorrer arritmias que podem também ser causadas, por exemplo, por redução excessiva da tensão arterial.
Uma diminuição pronunciada da tensão arterial para além do desejável pode ocorrer, particularmente após a dose inicial e após qualquer aumento da dose de ramipril, mas também após a primeira toma ou ao aumentar a dose de um diurético adicional.
Rim e balanço electrolítico
Durante o tratamento com Verzatec pode haver uma deterioração da função renal, que, em determinadas circunstâncias, pode evoluir para insuficiência renal aguda, particularmente:
- Em doentes com doença renovascular (ex. estenose da artéria hemodinamicamente relevante);
- Em doentes com transplante renal;
- Quando associada a diminuição acentuada da tensão arterial, principalmente em doentes com insuficiência cardíaca concomitante.
Como sinais de perturbação da função renal, a creatinina e a ureia séricas podem elevar-se, particularmente se também forem administrados diuréticos. Uma proteinúria prévia pode agravar-se, especialmente em doentes com nefropatia diabética. No entanto, a excreção de proteínas renais também pode diminuir.
Os inibidores do ECA podem provocar ou contribuir para uma diminuição da concentração do sódio sérico e para um aumento da concentração do potássio sérico, encontrando-se este último aumentado sobretudo em doentes com perturbação da função renal (ex. devido a nefropatia diabética) ou quando são administrados concomitantemente diuréticos poupadores do potássio.
Inicialmente, pode ocorrer um aumento do débito urinário que pode ser observado associado a uma melhoria do rendimento cardíaco.
Pele, vasos sanguíneos, reacções anafilácticas e anafilactóides
Raramente pode ocorrer edema angioneurótico durante o tratamento com ramipril. Estas reacções são devidas a inibição do ECA e requerem interrupção imediata da terapêutica com ramipril. Nestes casos é de excluir qualquer tratamento com outros inibidores do ECA. Um edema angioneurótico, que envolva a língua, faringe ou laringe pode ser ameaçador da vida e exigir medidas de emergência. Também são possíveis edemas não-angioneuróticos mais ligeiros, como o envolvendo o tornozelo.
Também podem ocorrer as seguintes reacções cutâneas ou mucosas: rubor de áreas cutâneas com sensação de calor local, conjuntivite, prurido e reacções tais como urticária, exantema (erupção da pele) e enantema (erupção de manchas) máculo-papular e liquenóide, eritema multiforme, alopécia (queda de cabelo) e precipitação ou intensificação de fenómeno de Raynaud. Com outros inibidores do ECA foram observados exantema e enantema psoriasiforme ou pentifóide, hipersensibilidade da pele à luz e onicólise. No caso de prurido com urticária, deverá informar o médico imediatamente.
A probabilidade e a gravidade de reacções anafilácticas e anafilactóides podem aumentar sob a influência de inibidores do ECA. Este facto deve ser considerado quando se efectua a dessensibilização.
Tracto respiratório
Ocorre frequentemente tosse seca irritativa, provavelmente devido à inibição do ECA. Agrava-se muitas vezes à noite e ocorre com maior frequência em mulheres e não fumadores. Nalguns casos, a mudança para outro inibidor do ECA pode solucionar este
problema. Contudo, a tosse pode forçar os doentes a interromper a administração de qualquer inibidor do ECA.
Também possivelmente devido à inibição do ECA, podem ocorre rinite, sinusite, bronquite e, especialmente em doentes com tosse irritativa, broncoespasmo.
Caso ocorra dispneia ou se agrave, deverá informar o médico imediatamente.
Tracto digestivo
Podem desenvolver-se reacções no tracto digestivo, como por exemplo, secura da boca, irritação ou inflamação da mucosa oral, perturbações digestivas, obstipação, diarreia, náuseas e vómitos, dor gástrica do tipo gastrite, desconforto na parte superior do abdómen (por vezes, com elevações dos níveis dos enzimas pancreáticos), pancreatite, aumento dos enzimas hepáticos e/ou da bilirrubina sérica, icterícia colestática, outras formas de perturbação da função hepática e, nalguns casos com risco vital, hepatite.
Hemograma
Podem ocorrer as seguintes alterações: diminuição ligeira e grave do número de eritrócitos ou do conteúdo em hemoglobina, trombocitopénia e leucopénia, algumas vezes apenas limitada a neutropénia. Agranulocitose, depressão da medula óssea e pancitopénia foram observados com outros inibidores do ECA.
Estas alterações do hemograma são mais prováveis de ocorrer em doentes com perturbações da função renal, em doentes com colagenose concomitante (ex. lúpus eritematoso ou esclerodermia) ou em doentes tratados com outros medicamentos que possam causar alterações do hemograma (ver ?Tomar Verzatec com outros medicamentos??).
Outras reacções adversas
Podem ocorrer perturbações do equilíbrio, cefaleias, irritabilidade, agitação, tremores, perturbações do sono, confusão, anorexia, humor deprimido, ansiedade, parestesias, alterações do paladar (ex. sabor metálico), diminuição do paladar, algumas vezes mesmo perda do paladar, cãibras musculares, assim como impotência eréctil e redução da líbido.
Vasculite, mialgias, artralgias, febre e eosinofilia também podem ocorrer.
Se algum dos efeitos secundários se agravar ou se detectar quaisquer efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico ou farmacêutico.