Não tome Ozapim:
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se tem alergia (hipersensibilidade) à substância ativa (clozapina) ou a qualquer outro componente deste medicamento (indicados na secção 6).
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se não pode fazer análises sanguíneas regulares,
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se já teve granulocitopenia/agranulocitose (diminuição dos glóbulos brancos) provocada por medicamentos, incluindo Ozapim,
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no caso de insuficiência da função da medula óssea,
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se tem epilepsia não controlada,
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no caso de psicoses alcoólicas e outras psicoses de origem tóxica,
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no caso de intoxicação devida a medicamentos, estados comatosos,
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no caso de colapso circulatório e/ou depressão do Sistema Nervoso Central de qualquer origem,
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se tiver perturbações graves dos rins ou coração (ex. miocardite),
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se tiver doença hepática ativa associada a náuseas, anorexia ou icterícia; doença hepática progressiva, insuficiência hepática,
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se tiver íleo paralítico (paralisação do intestino).
O tratamento com Ozapim não deve ser iniciado ao mesmo tempo com medicamentos com formulação depot (injeções de ação prolongada).
Advertências e precauções
Fale com o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro antes de tomar Ozapim: Ozapim apenas deverá ser usado por doentes que façam regularmente análises ao
sangue. A diminuição do número de glóbulos brancos é um efeito indesejável raro, mas potencialmente perigoso. Este efeito pode ser facilmente detetado desde que faça regularmente as análises ao sangue recomendadas pelo seu médico.
Deve contactar o seu médico assistente logo que se desenvolva qualquer tipo de infeção. Deve ter particular atenção para sintomas semelhantes aos da gripe tais como febre ou dor de garganta, pois podem indicar diminuição do número de glóbulos brancos.
É muito importante que informe imediatamente o seu médico no caso de interromper o tratamento por 2 ou mais dias, uma vez que terá que fazer novas análises ao sangue.
Monitorização das suas análises sanguíneas (contagens leucocitárias e contagens absolutas de neutrófilos [CAN]):
10 dias antes do início do tratamento com Ozapim deverá efetuar análises sanguíneas para assegurar que só irá receber Ozapim se os seus valores sanguíneos estiverem
normais (contagem leucocitária > 3500/mm3 (3,5x109/L) e CAN > 2000/mm3 (2,0x109/L)).
Após o início do tratamento com Ozapim a contagem leucocitária e a CAN deverão ser monitorizadas semanalmente durante as primeiras 18 semanas e, depois, em intervalos de pelo menos 4 semanas.
A monitorização deve continuar durante o tratamento e durante 4 semanas após completa interrupção de Ozapim ou até ter ocorrido recuperação hematológica.
O quadro seguinte descreve o significado das análises e as ações a tomar:
Contagem de células | sanguíneas | Ação necessária |
Leucócitos/mm3 (/L) | CAN/mm3 (/L) | |
> 3500 (> 3,5x109) | > 2000 (> 2,0x109) | Continuar o tratamento com clozapina. |
3000-3500 (3,0x109- 3,5x109) | 1500-2000 (1,5x109- 2,0x109) | Continuar o tratamento com clozapina. Análises hematológicas duas vezes por semana até as contagens estabilizarem ou aumentarem. |
< 3000 (< 3,0x109) | < 1500 (< 1,5x109) | Interromper imediatamente com a clozapina. Análise hematológica diária até a alteração hematológica estar resolvida. Monitorizar uma eventual infeção. Não reexpor o doente. |
Interrupção da terapêutica razões não hematológicas: os doentes tratados com clozapina durante mais de 18 semanas e que interromperam o seu tratamento durante mais de 3 dias mas menos de 4 semanas devem efetuar a contagem leucocitária e CAN semanalmente por mais 6 semanas. Se o tratamento com clozapina foi interrompido durante 4 semanas ou mais, é necessária a monitorização semanal durante as 18 semanas seguintes de tratamento e a retitulação da dose.
Outras precauções:
Pode ocorrer hipotensão ortostática (queda brusca da pressão arterial quando se levanta), durante o tratamento com clozapina. Este colapso é raramente profundo e é mais provável quando se toma conjuntamente benzodiazepinas ou qualquer outro agente psicotrópico (ver secção Tomar Ozapim com outros medicamentos). Por este motivo, os doentes que iniciam o tratamento com Ozapim necessitam de uma supervisão médica cuidadosa.
A clozapina foi associada a vários graus de alteração do peristaltismo intestinal (movimentos do intestino), que variaram desde obstipação (prisão de ventre) a obstrução intestinal, compactação fecal e íleus paralítico (paralisação do intestino) (ver secção Efeitos indesejáveis possíveis). É necessário particular cuidado em doentes a ser tratados ao mesmo tempo com outros medicamentos que se sabe causarem obstipação (especialmente medicamentos com propriedades anticolinérgicas tais como alguns
antipsicóticos, antidepressivos e antiparkinsónicos), que tenham história de doença no cólon ou história de cirurgia abdominal baixa, já que estes podem piorar a situação.
Durante o tratamento com clozapina os doentes podem apresentar elevações transitórias de temperatura acima dos 38ºC, mais frequentes nas primeiras 3 semanas de tratamento. Esta febre é, geralmente, benigna, mas pode estar ocasionalmente associada a uma alteração do número de glóbulos brancos. Os doentes com febre devem ser cuidadosamente avaliados para excluir a possibilidade de uma infeção subjacente ou de diminuição do número de glóbulos brancos. Na presença de febre elevada, deve considerar-se a possibilidade de Síndrome Maligna dos Neurolépticos.
Se tiver taquicardia persistente (batimentos do coração acelerados) quando está em repouso, especialmente nos primeiros 2 meses de tratamento e/ou palpitações, arritmias, dor no peito, outros sintomas tais como fadiga inexplicável e problemas de respiração deve contactar imediatamente o seu médico.
São raros os casos de intolerância à glucose e/ou desenvolvimento ou agravamento de diabetes mellitus durante o tratamento com clozapina.
Tome cuidado com este medicamento se você ou alguém na sua família tem antecedentes (ou história) de coágulos no sangue, uma vez que este tipo de medicamentos está associado à formação de coágulos sanguíneos.
Dado que a clozapina pode estar associada a tromboembolismo, deve evitar-se a imobilização dos doentes.
Utilização em crianças: a segurança e eficácia da clozapina em crianças não está ainda definida, pelo que a sua administração neste grupo etário depende do critério médico.
Utilização em idosos: a clozapina pode ser usada por pessoas idosas, desde que seja respeitada a posologia: recomenda-se uma dose inicial mais baixa e um aumento posológico mais gradual.
Durante o tratamento com clozapina pode ocorrer hipotensão ortostática e têm havido casos de taquicardia (batimentos rápidos do coração), que pode ser persistente. Os doentes idosos, particularmente aqueles com problemas de coração, podem ser mais suscetíveis a estes efeitos.
Utilização no caso de ter outra doença: informe o seu médico se sofrer de alguma outra doença pois pode ser necessário ajustar o seu tratamento ou tomar certas precauções. -Nos doentes epiléticos a clozapina pode aumentar a suscetibilidade a crises convulsivas.
-Em doentes com antecedentes de convulsões, perturbações do coração, vasos sanguíneos ou dos rins, a dose inicial deverá ser de 12,5 mg numa única administração no primeiro dia e qualquer aumento da posologia deverá ser lento.
-Ozapim deve ser usado com precaução em doentes com tumor benigno da próstata e glaucoma, bem como em casos de abuso de álcool ou toxicodependência.
-Ozapim deve ser usado com precaução em doentes com antecedentes de doença do cólon.
-Os doentes com perturbações hepáticas pré-existentes estáveis podem ser tratados com clozapina, mas é necessário avaliar regularmente a função hepática. Nos doentes em que se desenvolvam náuseas, vómitos ou anorexia durante o tratamento com clozapina, devem realizar-se imediatamente testes de função hepática. Se a elevação dos valores for clinicamente significativa ou se ocorrerem sintomas de icterícia o médico poderá ter necessidade de interromper o tratamento com Ozapim. No entanto, o tratamento pode ser retomado quando os testes de função hepática tiverem voltado aos valores normais. Após a reintrodução do tratamento a função hepática deve ser cuidadosamente avaliada. -Deve tomar-se particular cuidado em doentes que já tiveram alterações sanguíneas provocadas por medicamentos e alterações da medula óssea.
Deve igualmente informar seu médico no caso de ocorrerem alterações súbitas nos hábitos tabágicos ou de ingestão de café, uma vez que estas podem modificar os efeitos da clozapina.
Outros medicamentos e Ozapim:
Informe o seu médico ou farmacêutico se estiver a tomar, tiver tomado recentemente, ou se vier a tomar outros medicamentos.
Deve ter particular atenção nos seguintes casos:
•1 Benzodiazepinas ou outros fármacos psicotrópicos: recomenda-se particular cuidado ao iniciar o tratamento com Ozapim em doentes que estão a ser ou foram recentemente tratados com medicamentos deste tipo, uma vez que estes doentes podem apresentar um risco aumentado de colapso circulatório que, em raras ocasiões, pode ser profundo e conduzir a paragem cardíaca e/ou respiratória.
•2 Inibidores seletivos da recaptação da serotonina, tais como paroxetina, sertralina e fluoxetina: o efeito da clozapina pode ser aumentado nos doentes tratados simultaneamente com estes medicamentos.
•3 Álcool, inibidores da MAO e depressores do Sistema Nervoso Central (ex. narcóticos, anti-histaminícos e benzodiazepinas): a clozapina pode aumentar os efeitos depressores do Sistema Nervoso Central destes medicamentos.
•4 Fármacos com propriedades hipotensoras (todos os anti-hipertensores), anticolinérgicas (certos antidepressivos, certos antipsicóticos, certos anti-histamínicos, certos antiespasmódicos) ou com efeitos depressores a nível respiratório (ex. opiáceos): a clozapina pode aumentar os efeitos destes fármacos podendo surgir efeitos indesejáveis.
•5 Fármacos com elevada ligação às proteínas (ex. varfarina e digoxina): a clozapina pode provocar um aumento na concentração plasmática destes fármacos devido à deslocação das proteínas plasmáticas.
•6 Carbamazepina, fenitoína , rifampicina e omeprazol: a sua administração simultânea pode diminuir o efeito da clozapina.
•7 Cimetidina, eritromicina e fluvoxamina: o efeito da clozapina pode ser aumentado nos doentes tratados simultaneamente com estes medicamentos.
•8 Lítio: a utilização simultânea de Lítio ou outros agentes ativos sobre o SNC pode aumentar o risco de desenvolvimento do Síndrome Maligna dos Neurolépticos.
•9 Fármacos com potencial para provocar depressão da medula óssea não devem ser utilizados concomitantemente com Ozapim. Deve evitar-se a utilização simultânea de antipsicóticos depot (injeções de ação prolongada como os decanoatos).
•10 Adrenalina e vasoconstritores α-adrenérgicos: a clozapina pode opor-se à ação vasoconstritora destes medicamentos.
Ozapim com alimentos e bebidas:
O consumo de café e fumo de tabaco em excesso podem alterar os efeitos da clozapina.
Gravidez e amamentação:
Se está grávida ou a amamentar, se pensa estar grávida ou planeia engravidar, consulte o seu médico ou farmacêutico antes de tomar este medicamento.
Os seguintes sintomas podem ocorrer em recém-nascidos cujas mães utilizaram Ozapim no terceiro trimestre (últimos três meses de gravidez): tremor, fraqueza e/ou rigidez muscular, sonolência, agitação, problemas respiratórios e dificuldades na alimentação. Se o seu bebé desenvolver qualquer um destes sintomas, contacte o seu médico.
As mães tratadas com Ozapim não devem amamentar.
Mulheres em idade fértil:
Pode ocorrer um retorno à menstruação normal como resultado da mudança de outros antipsicóticos para clozapina, por isso, devem ser asseguradas as medidas contracetivas adequadas.
Condução de veículos e utilização de máquinas:
A clozapina pode causar sonolência e, nos doentes epiléticos aumentar a suscetibilidade a crises convulsivas. Deve evitar atividades como sejam a condução de veículos ou de máquinas, especialmente durante as primeiras semanas de tratamento.
Ozapim 25 mg e 100 mg contêm lactose.
Se foi informado pelo seu médico que tem intolerância a alguns açúcares, contacte-o antes de tomar este medicamento.