O tratamento com Ácido Valpróico ratiopharm deve ser iniciado e supervisionado por um especialista com experiência no tratamento de epilepsia ou doença bipolar.
Crises epilépticas Posologia
Tomar Ácido Valpróico ratiopharm sempre de acordo com as indicações do médico. Fale com o seu médico ou farmacêutico se tiver dúvidas. A dose diária média habitual durante o tratamento de longo prazo é:
Ácido Valpróico ratiopharm 300 mg
Idade | Massa corporal | Dose diária em mg/dia | Comprimidos de libertação prolongada/dia |
Crianças 3 - 6 anos | aprox. 15 - 25 kg | 450 600 | 11/2-2 |
7 14 anos | aprox. 25 - 40 kg | 750 1200 | 21/2 4 |
Adolescentes a partir dos 14 anos | aprox. 40 - 60 kg | 1000 1500 | 3 - 5 |
Adultos | a partir de aprox. 60 kg | 1200 2100 | 4-7 |
Ácido Valpróico ratiopharm 500 mg
Idade | Massa corporal | Dose diária em mg/dia | Comprimidos de libertação prolongada/dia |
Crianças 3 6 anos 7 14 anos | aprox. 15 - 25 kg aprox. 25 - 40 kg | 450 - 600 750 1200 | 1 11/2-2 |
Adolescentes a partir dos 14 anos | aprox. 40 - 60 kg | 1000 1500 | 2-3 |
Adultos | a partir de aprox. 60 kg | 1200 2100 | 2 4 |
Para crianças até 3 anos devem ser preferencialmente utilizadas as formas farmacêuticas com um menor conteúdo de substância ativa (por exemplo, solução). Para o tratamento de crianças com 3 ou mais anos de idade deve ser utilizado Ácido Valpróico ratiopharm 300 mg comprimidos de libertação prolongada, que podem ser divididos em metades iguais.
Crianças com idade inferior a 6 anos
Deve ser utilizada uma formulação alternativa de valproato neste grupo de doentes, dada a necessidade de titulação da dose.
São recomendados aumentos graduais da dose até à dose eficaz ideal. Em alguns casos, o efeito total só é observado após 4 - 6 semanas. Consequentemente, a dose diária não deve ser aumentada demasiado rapidamente acima das quantidades médias.
Se Ácido Valpróico ratiopharm for tomado em associação com outros medicamentos para tratar crises epilépticas ou para substituir um medicamento tomado previamente, a dose do medicamento antiepiléptico administrado anteriormente deve ser imediatamente reduzida. Caso se pretenda que o medicamento anterior seja descontinuado, a descontinuação deve ser realizada gradualmente.
Os outros medicamentos utilizados para tratar crises epilépticas aceleram a degradação do ácido valpróico. Se estes medicamentos forem descontinuados, a concentração de ácido valpróico no sangue aumenta lentamente, de modo que as concentrações de ácido valpróico devem ser verificadas durante um período de 4 - 6 semanas. A dose diária de Ácido Valpróico ratiopharm deve ser reduzida em conformidade.
O tratamento anterior com produtos de libertação não prolongada que contenham ácido valpróico deve ser gradualmente substituído por Ácido Valpróico ratiopharm até que o tratamento possa continuar com doses únicas de Ácido Valpróico ratiopharm.
O seu médico irá calcular individualmente a dose exacta necessária.
Siga as instruções do seu médico, caso contrário não beneficiará totalmente do seu medicamento.
Mania
A posologia diária deve ser determinada e controlada individualmente pelo seu médico.
Dose inicial
A dose inicial recomendada é de 750 mg.
Dose diária média
Ácido Valpróico ratiopharm 300 mg:
As doses diárias recomendadas variam, habitualmente, entre 1000 mg e 2000 mg. Ácido Valpróico ratiopharm 500 mg:
As doses diárias recomendadas variam, habitualmente, entre 1000 mg e 2000 mg.
Via de administração
Via oral. Os comprimidos de libertação prolongada devem ser engolidos inteiros ou em metades, não devem ser mastigados e ser tomados com uma quantidade suficiente de líquidos (por exemplo, um copo de água).
Ocasionalmente, os componentes dos comprimidos de libertação prolongada podem ser visíveis sob a forma de resíduos brancos nas fezes. Isso não significa qualquer diminuição do efeito do medicamento, dado que a substância activa se dissolve totalmente a partir da estrutura em comprimido (matriz) enquanto passa através dos intestinos.
Frequência de administração
A dose diária é administrada em 1 - 2 doses divididas.
Os comprimidos de libertação prolongada devem ser tomados de preferência 1 hora antes das refeições (ou em jejum pela manhã). Em caso de efeitos indesejáveis gastrointestinais devidos ao tratamento, os comprimidos de libertação prolongada devem ser tomados durante ou após uma refeição.
Duração do tratamento
O tratamento de crises epilépticas é principalmente um tratamento de longo prazo.
O médico especialista (neurologista, neuropediatra) deve decidir após a titulação da dose, a duração do tratamento, a posologia e a descontinuação de Ácido Valpróico ratiopharm numa base individual, consoante a evolução individual da doença.
Habitualmente, no tratamento de crises epilépticas não deve ser tentada qualquer redução da dose ou descontinuação do medicamento até que o doente se apresente sem crises durante pelo menos dois a três anos.
Grupos de doentes especiais
Doentes com problemas renais
O seu médico pode decidir ajustar a sua dose.
Em doentes com uma função renal diminuída ou de uma deficiência de proteínas no sangue, o efeito do ácido valpróico pode ser aumentado. O seu médico irá ajustar ou reduzir a dose diária, consoante adequado.
Se tomar mais Ácido Valpróico ratiopharm do que deveria
Caso tenha tomado demasiado Ácido Valpróico ratiopharm, contacte imediatamente o seu médico. Os sintomas de sobredosagem podem ser: coma com tensão muscular elevada,
Doenças do sangue e do sistema linfático
Uma redução do número de plaquetas sanguíneas (trombocitopénia) ou de glóbulos brancos (leucopénia) é uma ocorrência frequente. Estes efeitos são frequentemente totalmente reversíveis se o tratamento for continuado e sempre reversíveis com a descontinuação do tratamento com Ácido Valpróico ratiopharm.
As ocorrências pouco frequentes foram o aumento da acumulação de água nos tecidos (edema) e de hemorragias.
Raros: o valproato pode reduzir os níveis de fibrinogénio e inibir a agregação plaquetária com tempo de hemorragia prolongada.
Muito raramente, o comprometimento da função da medula óssea pode levar outras perturbações dos componentes do sangue (linfopénia, neutropénia, pancitopénia) ou anemia grave.
Afecta menos de 1 pessoa em 10000
Não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis
muito raros
desconhecido
Afecta de 1/ a 10 pessoas em 10000, < 1/1000
Afecta de 1 a 10 pessoas em 1000
Afecta de 1 a 10 pessoas em 100
Os seguintes dados de frequência são utilizados na avaliação dos efeitos indesejáveis:
muito Afecta mais de 1 em 10 pessoas frequentes
frequentes
pouco frequentes
raros
diminuição dos reflexos, pupilas contraídas, confusão, sonolência, acidose metabólica, aumento do sódio no sangue e função respiratória ou cardíaca debilitada.
Além disso, as posologias elevadas provocaram perturbações neurológicas anormais, tais como um aumento da tendência para crises epilépticas e alterações comportamentais.
Caso se tenha esquecido de tomar Ácido Valpróico ratiopharm
Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Caso se tenha esquecido de tomar uma dose, pode fazê-lo mais tarde a menos que esteja quase na hora da dose seguinte. Neste caso, siga o esquema de posologia normal.
Se parar de tomar Ácido Valpróico ratiopharm
Não existe qualquer explicação para interromper ou terminar prematuramente o tratamento com Ácido Valpróico ratiopharm por sua própria iniciativa, dado que isso pode pôr em causa o sucesso do tratamento e desencadear novamente crises epilépticas. Fale com o seu médico antecipadamente se detectar alguma intolerância ao medicamento ou alterações no seu estado.
Caso ainda tenha dúvidas sobre a utilização deste medicamento, fale com o seu médico ou farmacêutico.
4. Efeitos indesejáveis possíveis
Como todos os medicamentos, Ácido Valpróico ratiopharm pode causar efeitos secundários, no entanto estes não se manifestam em todas as pessoas.
O ácido valpróico pode inibir a coagulação do sangue (função das plaquetas sanguíneas) causando, assim, um tempo de hemorragia prolongado.
A hemorragia é uma ocorrência pouco frequente.
Doenças do sistema imunitário
Raros: Reacções do sistema de defesa do organismo contra os seus próprios tecidos conjuntivos (lúpus eritematoso).
Frequência desconhecida: Inchaço doloroso, pápulas que provocam comichão afetando principalmente os olhos, lábios, garganta e, por vezes, as mãos e os pés (angioedema). Síndrome com erupção cutânea induzido pelo medicamento, febre, inchaço dos gânglios linfáticos e possível comprometimento de outros órgãos (DRESS)
Doenças do metabolismo e da nutrição
Uma ocorrência muito frequente é um aumento isolado e moderado dos níveis séricos de amónia sem alteração dos parâmetros da função hepática que não implica a descontinuação do tratamento.
Os aumentos ou diminuições de peso dependentes da dose e os aumentos ou perdas de apetite são observados frequentemente.
Foi observada uma redução da actividade da biotinidase durante o tratamento com ácido valpróico. Houve igualmente notificações de deficiência de biotina.
Raros: Obesidade
Muito raros: Diminuição dos valores de sódio no sangue que poderão provocar fadiga e confusão.
Perturbações do foro psiquiátrico
Pouco frequentes: Irritabilidade, actividade excessiva ou confusão, especialmente no início do tratamento.
Foram notificadas alucinações.
Doenças do sistema nervoso
Dependentes da dose e frequentes: sonolência, tremores ou sensações alteradas sob a forma de formigueiro ou dormência da pele.
Foram frequentemente observados sintomas como: fadiga, apatia e ataxia durante o tratamento quando associado a outros anti epilépticos
Pouco frequentes: Dores de cabeça, tensão muscular, marcha irregular, especialmente no início do tratamento.
Pouco frequentes: pouco tempo após a utilização de medicamentos que continham ácido valpróico, independentemente da dose, foi observada doença cerebral orgânica. As suas causas e mecanismos de desenvolvimento não foram determinados e pode desaparecer depois da descontinuação do medicamento. Em alguns casos, foram descritos níveis elevados de amónia e, na terapêutica de associação com fenobarbital (outro medicamento utilizado para tratar crises epilépticas), um aumento dos níveis de fenobarbital.
Igualmente pouco frequentes foram as notificações de casos de rigidez muscular embora mantendo o estado de consciência (estupor) que por vezes culminaram em coma, que estavam parcialmente associados a um aumento da frequência de crises. Os sintomas desapareceram após a redução da dose ou a descontinuação do medicamento. A maioria desses casos ocorreu durante o tratamento de associação (especialmente com fenobarbital) ou após um aumento rápido da dose.
Raramente, especialmente para doses elevadas ou em terapêutica de associação com outros medicamentos para tratar as crises epilépticas, foi notificada doença cerebral crónica
(encefalopatia) com perturbações da função cerebral, incluindo capacidade de desempenho mental. O mecanismo de desenvolvimento ainda não se encontra suficientemente clarificado. Raro: Visão dupla
Muito raramente, foi notificada perturbação da função cerebral, acompanhada pela diminuição do tecido cerebral, que desapareceu após descontinuação de Ácido Valpróico ratiopharm.
No tratamento de longo prazo com Ácido Valpróico ratiopharm, juntamente com outros medicamentos para tratar crises epilépticas, especialmente fenitoína, podem ocorrer sinais de alterações cerebrais (encefalopatia), acompanhados por um aumento da ocorrência de convulsões, falta de energia, casos de rigidez muscular embora mantendo o estado de com consciência (estupor), fraqueza muscular (hipotensão muscular), perturbações do movimento (discinesia coreica) e alterações generalizadas no electroencefalograma (EEG).
Foi notificada a ocorrência de uma síndroma de Parkinson reversível.
Frequência desconhecida: sedação, movimentos involuntários (perturbações extrapiramidais) Afecções do ouvido e do labirinto
Foram observados zumbidos nos ouvidos.
Houve notificações de perda permanente e temporária da audição, embora não se tenha estabelecido qualquer ligação causal com a ingestão de medicamentos contendo ácido valpróico ou valproato de sódio.
Vasculopatias
Raros: Inflamação dos vasos sanguíneos (vasculite).
Doenças gastrointestinais
As ocorrências pouco frequentes foram produção excessiva de saliva e diarreia, especialmente no início do tratamento.
Especialmente no início do tratamento, houve notificações pouco frequentes de perturbações gastrointestinais ligeiras (náuseas, dores de estômago) que habitualmente desaparecem após alguns dias mesmo se a terapêutica for continuada.
Houve casos raros de lesões pancreáticas, por vezes com resultado fatal.
Afecções hepatobiliares
Pouco frequentes: Pode ocorrer insuficiência hepática grave (por vezes fatal), independente da dose. Em crianças, especialmente nas que tomam simultaneamente outros medicamentos para tratar as crises epilépticas, o risco de lesões no fígado está significativamente aumentado (ver 2.).
Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Frequentes: Perda de cabelo transitória dependente da dose.
Em casos raros, a ingestão de medicamentos que contêm ácido valpróico provoca reacções cutâneas (eritema multiforme).
Muito raramente foram notificadas reacções cutâneas graves (Síndroma de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica ou síndroma de Lyell).
Ver também «Perturbações do sistema de defesa do organismo e reacções de hipersensibilidade».
Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos
Existem relatos distúrbios do osso incluindo osteopenia e osteoporose (estreitamento do osso) e fracturas ósseas. Verifique com o seu médico ou farmacêutico se estiver a efectuar um tratamento prolongado com medicamentos anti-epiléticos, se tem um historial de osteoporose e ou se toma esteróides.
Doenças renais e urinárias
Frequentes: incontinência urinária (perda de urina não intencional); Pouco frequentes: falência renal
Raros: perda de urina durante o sono, doença inflamatória renal (nefrite tubulointersticial), disfunção renal (síndroma de Fanconi) com excreção de fosfato, açúcares e componentes proteicos e hiperacidade (acidose metabólica)
Doenças dos órgãos genitais e da mama Frequentes: Menstruação irregular.
Raros: Menstruação irregular ou ausência de menstruação, menstruação dolorosa, ovários aumentados com quistos e aumento dos níveis da hormona sexual masculina, a testosterona.
Doenças congénitas
Frequência desconhecida: Malformações congénitas e alterações de desenvolvimento quando tomado durante a gravidez (ver também a secção 2 “Aviso importante para as mulheres”).
Perturbações gerais e alterações no local de administração
Muito raramente foi descrita uma diminuição da temperatura corporal (hipotermia). Esta desapareceu após a descontinuação do medicamento.
Efeitos colaterais adicionais em crianças
Alguns efeitos colaterais do valproato ocorrem com mais frequência em crianças ou são mais graves em comparação com os adultos. Estes incluem danos ao fígado, infecção do pâncreas (pancreatite), agressão, agitação, perturbação da atenção, comportamento anormal, hiperactividade e distúrbio de aprendizagem.
Caso ocorram efeitos indesejáveis independentes da dose, o medicamento deve ser descontinuado pelo seu médico assistente. Caso haja suspeita de insuficiência hepática grave ou de lesões no pâncreas, o médico deve descontinuar imediatamente Ácido Valpróico ratiopharm. Outros medicamentos com a mesma transformação metabólica, que podem provocar efeitos indesejáveis semelhantes devem ser temporariamente descontinuados. Em casos isolados, pode ainda ocorrer progressão clínica.
Comunicação de efeitos indesejáveis
Se tiver quaisquer efeitos indesejáveis, incluindo possíveis efeitos indesejáveis não indicados neste folheto, fale com o seu médico ou farmacêutico ou enfermeiro. Também poderá comunicar efeitos indesejáveis diretamente ao INFARMED, I.F. através dos contactos abaixo. Ao comunicar efeitos indesejáveis, estará a ajudar a fornecer mais informações sobre a segurança deste medicamento
Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram (preferencialmente)
ou através dos seguintes contactos:
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53 1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt