Classificação fármaco-terapêutica: 8.2.2 Glucocorticoides
Indicações terapêuticas:
Afeções ou doenças: -Alérgicas:
Estados alérgicos graves, certas urticárias extensas, choque anafilático, edema de Quincke.
Colagenoses e conectivites. -Dermatológicas:
Fênfigo, penfigoide bolhoso, líquen plano, hematodermias e certas formas de toxidermia, de eczema e de afecções bolhosas.
Certos angiomas tuberosos do lactente em ataque agudo. -Digestivas:
Ataques evolutivos da retocolite hemorrágica e da doença de Crohn. Hepatite crónica activa auto-imune com ou sem cirrose. -Endócrinas:
Tiroidite não supurada: tiroidite sub-aguda de De Quervain.
Hipercalcemia paraneoplásica.
NB: A insuficiência cortico-suprarrenal primitiva ou secundária necessita de hidrocortisona ou cortisona e não de um corticoide de síntese, por isso o efeito metabólico é menor.
-Hematológicas:
Purpuras trombocitopénicas idiopáticas (auto-imunes). Anemias hemolíticas auto-imunes.
APROVADO EM 22-01-2017 INFARMED
Eritroblastopenias crónicas do adulto e da criança.
Em associação com diversas quimioterapias, em numerosos protocolos de tratamento de hemopatias malignas essencialmente linfoides.
-Infecciosas:
Essencialmente certos casos de tromboflebite séptica, de febre tifóide em forma visceral grave.
-Neoplásicas:
Como tratamento paliativo de leucemias e de linfoma, do mieloma múltiplo e de numerosos cancros; como tratamento anti-emético no curso de tratamentos imunodepressores.
Metástases ósseas com hipercalcemia. -Nefrológicas:
Certos sindromas nefróticos. -Neurológicas:
Miastenia.
Edema cerebral, em particular de causa tumoral ou traumática; tratamento paliativo de tumores cerebrais inoperáveis.
Paralisia facial.
Manifestações repentinas de esclerose em placas, certas polirradiculonevrites. -Oftalmológicas:
Casos graves de uveíte anterior e posterior (a via local, instilações ou injecções subconjuntivais ou laterobulbares, é possível).
Certas nevrites e papilites ópticas. Exoftalmias endocranianas edematosas. -O.R.L.:
Certas otites serosas, surdez brusca.
Certas rinites alérgicas.
Polipose nasossinusal e certas sinusites agudas ou crónicas. -Respiratórias:
Sarcoidose.
Certas broncopneumopatias crónicas obstrutivas e certas formas de asma. Certas fibroses pulmonares intersticiais difusas.
-Reumatológicas: Reumatismo articular agudo. Certas artrites e poliartrites. Doença de Horton. Radiculalgias.
Certas hipercalcemias não tumorais.
2. ANTES DE TOMAR PREDNISOLONA LABESFAL Não tome Prednisolona Labesfal Contraindicações:
São as mesmas da corticoterapia geral: em particular, todo o estado infecioso ou micótico não controlado por um tratamento específico; certas viroses em evolução, nomeadamente herpes e zona com manifestações oculares; gota; úlcera gastro- duodenal evolutiva; estados psicóticos; cirrose alcoólica com ascite; hepatites agudas por vírus A, B, ou não-A não-B.
APROVADO EM 22-01-2017 INFARMED
Tome especial cuidado com Prednisolona Labesfal
Se a indicação da corticoterapia for bem avaliada, os diabetes não são uma contra- indicação. Como o tratamento pode arrastar um desequilíbrio, convém reavaliar a dosagem utilizada.
A corticoterapia pode favorecer o aparecimento de diversas complicações infecciosas devidas principalmente a bactérias, fungos, parasitas (anguílula,...) e ao bacilo de Koch. Assim, antes do inicio do tratamento é importante excluir toda a possibilidade de foco visceral, instituindo um tratamento controlado desde o início vigiando o seu aparecimento no curso da corticoterapia. Não devem ser utilizadas
vacinas vivas. Em caso de tuberculose antiga, pode ser necessário tratamento com um anti-tuberculoso.
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habitual uma retenção hidrossódica, conduzindo por vezes a uma elevação da TA. A corticoterapia, mesmo em doses médias, deve ser associada a uma restrição sódica.
A perda potássica deve ser prevenida pela administração de potássio, não esquecendo que a caliémia reflecte de forma imperfeita o “pool” potássico intracelular, sendo por isso a diminuição constante.
O catabolismo proteico, com negativação do balanço de azoto e o efeito hiperglicemiante dos corticoides, levam a aconselhar um regime rico em prótidos, pobre em sacáridos de absorção rápida e limitando o fornecimento de sacáridos de absorção lenta. -
também aconselhável um regime rico em cálcio ou associando cálcio e vitamina D. Em caso de antecedentes ulcerosos, a corticoterapia é desaconselhada. Se for tida como indispensável, é necessário adicionar um tratamento anti-ulceroso.
Utilizar os corticoides com prudência nas colites ulcerosas essenciais (risco de perfuração), anastomoses intestinais recentes, insuficiência renal, hipertensão arterial, osteoporose, miastenia grave.
Ao tomar Prednisolona Labesfal com outros medicamentos
Informe o seu médico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica.
Anticonvulsivantes:
Os efeitos da prednisolona são reduzidos em pacientes que recebem tratamento concomitante com drogas como os barbituratos ou a fenitoína. A razão é a estimulação das enzimas hepáticas por estas drogas, resultando no aumento do “clearance” da prednisolona da circulação. Visto que a extensão deste efeito varia com a droga utilizada, foi sugerido que diferentes vias de metabolização podem estar implicadas.
Rifampicina:
A rifampicina acelera a metabolização da prednisolona, o que provoca uma marcada redução na biodisponibilidade da prednisolona total e especialmente da livre. Ciclosporina:
A ciclosporina diminui a metabolização da prednisolona na fase inicial do tratamento. Assim, a semivida plasmática é prolongada e o “clearance” reduzido. Nestas situações, pode ser necessário ajustar a dosagem.
Corticosteroides:
O tratamento prolongado com outros corticosteroides pode reduzir a semivida plasmática da prednisolona.
Contracetivos orais e estrogénios:
APROVADO EM 22-01-2017 INFARMED
As alterações nas proteínas plasmáticas e na metabolização da prednisolona, provocadas por estas drogas, podem resultar na exposição da mulher ao aumento dos níveis de prednisolona não ligada durante períodos prolongados. Provavelmente pode ter implicações terapêuticas.
Insulina:
Em pacientes que recebem corticosteroides, as necessidades de insulina estão geralmente aumentadas.
Alguns medicamentos podem potenciar os efeitos de Prednisolona Labesfal e o seu médico poderá querer monitorizá-lo cuidadosamente se estiver a tomá-los (incluindo alguns medicamentos utilizados para tratar as infeções por VIH: ritonavir, cobicistato).
Gravidez e aleitamento
Lactação: a prednisolona é excretada em pequenas quantidades no leite.
Crianças: o uso de corticosteroides implica maiores riscos nas crianças do que nos adultos. Os principais efeitos, especialmente na administração oral prolongada são a obesidade e o atraso no crescimento.
Gravidez: apesar da relação previamente postulada entre a ingestão de corticosteroides durante a gravidez e o aumento da incidência de abortos, a insuficiência placentária e as malformações congénitas na descendência, não existem referências ao aumento das complicações na mãe e no feto, nas mães asmáticas que receberam 2,5-3mg de prednisolona por dia. Durante os últimos estados de gravidez, existe maior probabilidade dos corticosteroides possuírem efeitos diretos no feto, conduzindo a problemas de infeção e insuficiência adrenal na criança. Outro perigo potencial são os diabetes induzidos por esteroides.
Recém-nascidos: os corticosteroides devem ser evitados em crianças com idade inferior a 1 ano.
Idosos: a obtenção do alívio sintomático com drogas como a prednisolona pode ser mais justificada num estado inicial nos pacientes idosos do que em sujeitos novos. Pela utilização de doses baixas pode ser estabelecido um balanço correcto entre a resposta terapêutica satisfatória e os efeitos adversos dos esteroides.
Condução de veículos e utilização de máquinas Não são conhecidos quaisquer efeitos.
Informações importantes sobre alguns componentes de Prednisolona Labesfal
Este medicamento contém lactose monohidratada. Se foi informado pelo seu médico que tem intolerância a alguns açúcares, contacte-o antes de tomar este medicamento.